Fortaleza, Sexta-feira, 14 Novembro 2025

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  1. WhatsApp BBC/Getty Images A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) concluiu uma análise sobre o compartilhamento de dados pessoais de usuários do WhatsApp com a Meta, dona do aplicativo. O processo foi aberto após as mudanças na Política de Privacidade do WhatsApp, em 2021. ⬅️ Como começou a polêmica? Em 2021, o WhatsApp mudou sua política de privacidade para permitir o compartilhamento de dados com o Facebook e parceiros. Informações de conversas com contas comerciais poderiam ser usadas para anúncios no Facebook e Instagram, e parceiros do Facebook poderiam armazenar e processar esses dados. Os usuários precisavam aceitar os novos termos para continuar usando o app. Agora, como resultado, a ANPD, órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, impôs uma série de determinações ao WhatsApp. A principal medida é a contratação de uma auditoria externa independente, em até 45 dias úteis, para verificar se a Meta, controladora do WhatsApp, atua apenas como operadora nas atividades que lhe cabem ou se também utiliza os dados dos usuários para outras finalidades. A agência também determinou a elaboração de um Plano de Conformidade para melhorar a transparência e esclarecer aos usuários em quais situações a Meta atua como operadora ou como controladora dos dados. O g1 procurou a Meta e aguarda retorno. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Segundo a ANPD, o WhatsApp compartilha informações com a Meta em dois eixos: no primeiro, a empresa atua como operadora, nas atividades necessárias ao funcionamento do aplicativo; no segundo, atua como controladora, em recursos que conectam o WhatsApp a outros serviços da Meta, como Instagram e Facebook. O que a ANPD avaliou A ANPD afirma que os documentos analisados no processo indicam que o WhatsApp possui "mecanismos gerenciais e técnicos" capazes de limitar a atuação da Meta à condição de operadora nas atividades em que esse é seu papel, algo que, segundo a agência, está de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ainda assim, a ANPD concluiu que há elementos que representam "elevado risco" aos usuários. Entre eles estão o grande volume de dados compartilhados entre as empresas, o fato de controlador e operadora integrarem o mesmo grupo econômico e o interesse direto da Meta nos dados aos quais tem acesso, considerando seu modelo de negócios baseado no uso intensivo de informações pessoais. “Por esse motivo, a ANPD entendeu como necessária uma auditoria externa independente para verificar a efetiva implementação das medidas descritas”, afirma a agência. A Meta e o WhatsApp terão até 20 dias úteis para apresentar um plano de ação caso a auditoria aponte não conformidades. iPhone Air: primeiras impressões do celular fininho e quais são seus rivais Deu ruim: lançamento de óculos da Meta é marcado por falhas
  2. Notificação do Google contra golpes de compartilhamento de tela Divulgação/Google O Google e o Itaú vão testar uma proteção contra golpistas que roubam senhas de banco ao induzir vítimas a compartilhar a tela do celular em chamadas de vídeo. A novidade fará celulares mostrarem um alerta se o usuário abrir o aplicativo do Itaú ou da Carteira do Google enquanto compartilhar a tela com alguém fora de sua lista de contatos. O dispositivo também vai exibir um botão para encerrar a ligação e interromper o compartilhamento de tela com um único toque. O recurso foi anunciado na quarta-feira (12) e será liberado para aparelhos que estão a partir com sistemas a partir do Android 11. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 'Modo ladrão' virá ativado de fábrica em novos celulares Android no Brasil Segundo o Google, o objetivo é interromper uma situação de alto risco que costuma ser induzida em golpes de fraude e engenharia social. "O cerne da proteção é evitar que o fraudador veja a tela do banco e guie o usuário para efetivar alguma transação ou acabar revelando dados pessoais sensíveis no processo", disse a empresa. "Sabendo que os golpistas frequentemente tentam induzir as vítimas a realizar ações arriscadas durante chamadas telefônicas, este novo recurso adiciona uma etapa extra de segurança para aplicativos financeiros". O golpe do compartilhamento de tela já fez várias vítimas no Brasil. Em outubro, uma mulher no Rio de Janeiro disse ter sido vítima de um falso advogado que a induziu a compartilhar sua tela para roubar seus dados bancários. O golpista alegou que a vítima tinha recebido R$ 20 mil em uma ação movida por ela na Justiça e a induziu a entrar na conta dela para verificar se tinha recebido o valor. Em Alagoas, golpistas também usaram a tática do compartilhamento de tela, mas se passaram por influenciadores que estão sorteando prêmios em dinheiro. A orientação é não compartilhar a tela do celular nem revelar senhas de banco para desconhecidos. O Google disse que pretende levar essa proteção para o maior número possível de usuários e que qualquer banco ou empresa de pagamentos poderá adotar a solução. LEIA TAMBÉM: Como foi a operação que derrubou apps de streaming pirata no Brasil 'Me sinto valorizado': como é o trabalho de quem cria agentes de IA Neo: quanto custa robô que pode lavar, dobrar e passar suas roupas Golpes no Whatsapp: saiba como se proteger
  3. MrBeast lança parque na Arábia Saudita para visitante se sentir dentro de seus vídeos A mais recente celebridade a chegar à Arábia Saudita no esforço do reino para se tornar um destino global de entretenimento é MrBeast, o youtuber mais popular do planeta. O astro atingiu 100 bilhões de visualizações neste mês e está em Riad para lançar o Beast Land, um parque temático inspirado em seus vídeos que colocam as pessoas em desafios elaborados de resistência para ganhar grandes prêmios em dinheiro. "Este é provavelmente um dos melhores dias da minha vida", disse à Reuters o jovem de 27 anos, cujo nome verdadeiro é James Donaldson, antes do lançamento, na última quinta-feira (13). "Um dos principais pedidos que recebo é: quero participar de um vídeo do MrBeast... Então, agora (estamos) criando isso na vida real, onde vocês podem visitar e experimentar como é", disse ele. MrBeast inaugura a BeastLand, em RIad, na Arábia Saudita Hamad I Mohammed/Reuters Beast Land, parque do MrBeast na Arábia Saudita Hamad I Mohammed/Reuters Beast Land é inspirada nos vídeos de MrBeast Hamad I Mohammed/Reuters Beast Land, o parque do youtube MrBeast Hamad I Mohammed/Reuters Iluminada em azul neon, a Beast Land combina atrações de parques temáticos, como montanhas-russas, com desafios no estilo do Gladiador norte-americano de Donaldson. O youtuber diz que 70% de seus fãs estão fora dos Estados Unidos e que a Arábia Saudita também foi uma escolha natural devido à facilidade de acesso ao espaço de estúdio para filmar sua última temporada de vídeos. "Eu diria para você experimentar, pois o país é muito mais desenvolvido do que você imagina", disse ele. Tempos de mudança no reino Na última década, a Arábia Saudita, que já foi ultraconservadora, desenvolveu rapidamente opções de entretenimento como parte da Visão 2030 do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para diversificar o país para além do petróleo e transformar a sociedade. Os jovens sauditas cresceram com poucas opções de diversão, com cinemas e shows efetivamente proibidos. As pessoas de fora viam o reino como se estivesse parado no tempo. Ambas as percepções mudaram. A capital saudita é agora o cenário da Riad Season, que acontece quase metade do ano com eventos quase diários, desde competições de boxe e de tapas na cara até festas de house music e competições esportivas. O reino é conhecido por atrair talentos internacionais: estima-se que o contrato de Cristiano Ronaldo com o Al Nassr, da Arábia Saudita, valha mais de US$ 200 milhões. MrBeast, maior youtuber do mundo, visita lugares mortais e elege ilha em SP como o pior
  4. Blue Origin, de Jeff Bezos, lança supernave New Glenn Missão NG-2 lançou sondas da Nasa voltadas para estudar Marte. Nave não tem tripulantes. A Blue Origin lançou nesta quinta-feira (13) a nave New Glenn.. A nave foi lançada a partir de Cabo Canaveral, na Flórida, com duas sondas da Nasa.. A missão busca estudar o clima de Marte para uma eventual exploração do planeta vermelho.. A empresa do bilionário Jeff Bezos realizou o voo inaugural da New Glenn em janeiro. Veja como foi.
  5. Blue Origin, de Jeff Bezos, lança supernave New Glenn A Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, fez nesta quinta-feira (13) o segundo lançamento da New Glenn, sua nave mais poderosa e que concorre com a Starship, da SpaceX, de Elon Musk. O rival parabenizou Bezos no X, depois da decolagem. Elon Musk, dono da SpaceX, parabeniza o rival Jeff Bezos e a Blue Origin pelo segundo voo da supernave New Glenn Reprodução/X Esta foi a primeira missão paga da supernave, que tem altura equivalente a 32 andares. Ela não teve tripulantes. A viagem foi financiada pela Nasa, a agência espacial americana, para levar ao espaço dois satélites Escapade, que vão estudar o planeta Marte. A decolagem aconteceu por volta das 18h (horário de Brasília) na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos. Pouco depois da partida, como programado, o propulsor da New Glenn se separou do veículo e pousou em uma plataforma no Oceano Atlântico, a 600 km do local de lançamento. Essa manobra falhou em janeiro, no voo inaugural da supernave, devido a uma falha no motor. Supernave New Glenn, da empresa de Jeff Bezos, pousa na plataforma Por volta das 18h30, durante sua trajetória fora da Terra, a New Glenn soltou os satélites Escapade no espaço. Os dois satélites deverão fazer uma viagem de 22 meses até Marte. A chegada ao Planeta Vermelho é esperada para setembro de 2027. Dali em diante, os satélites deverão orbitar Marte em conjunto, durante 11 meses. A ideia é analisar como os ventos solares — fluxos de partículas carregadas de alta energia vindas do Sol — interagem com o campo magnético do planeta e como essa interação pode contribuir para a perda da tênue atmosfera marciana. Blue Origin New Glenn lançamento REUTERS/Steve Nesius Quanto a Nasa pagou A Nasa pagou US$ 18 milhões (cerca de R$ 95 milhões) à Blue Origin, segundo a agência Reuters, que citou dados do governo americano. Toda a viagem da Escapade custou US$ 55 milhões (quase R$ 300 milhões), o que, ainda de acordo com a Reuters, é um preço modesto comparado aos programas espaciais de bilhões de dólares da agência espacial americana. Lançamento New Glenn sexta-feira (13) REUTERS/Steve Nesius O CEO da Blue Origin, Dave Limp, disse que a equipe tem trabalhado em outras oito cápsulas e vários motores para a New Glenn e falou sobre a parceria da empresa com a Nasa. "Essa missão representa o que a Nasa faz de melhor: parcerias e a capacidade de ser um pouco mais ousada, realizando projetos científicos a um custo que antes não era possível alcançar". "O objetivo é alcançar um ritmo muito mais rápido à medida que aprendemos com cada um desses voos. Então, vamos continuar acelerando conforme avançamos." Além da carga da Nasa, a New Glenn também carregou uma tecnologia de demonstração da empresa privada de satélites Viasat. Lançamento New Glenn REUTERS/Joe Skipper New Glenn decola para segundo teste no espaço Reprodução Propulsor da nave New Glenn volta para a Terra Reprodução Propulsor da missão New Gleen pousa em plataforma no mar Reprodução Reveja o 1º voo da New Glenn, em janeiro: Blue Origin lança novo foguete New Glenn
  6. Vyacheslav Penchukov, o 'Tank', deixou milhares de vítimas em todo o mundo BBC Depois de anos lendo sobre "Tank" e meses planejando uma visita a ele em uma prisão no Colorado, ouço o clique da porta se abrindo antes de vê-lo entrar na sala. Levanto-me, pronta para cumprimentar profissionalmente esse ex-rei do cibercrime. Mas, como um personagem travesso de desenho animado, ele espreita por trás de uma coluna com um sorriso enorme no rosto e pisca. Tank, cujo nome verdadeiro é Vyacheslav Penchukov, chegou ao topo do submundo cibernético não tanto por genialidade técnica, mas pelo seu carisma criminoso. "Sou um cara simpático, faço amigos com facilidade", diz o ucraniano de 39 anos, com um largo sorriso. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 Ter amigos influentes é apontado como um dos motivos pelos quais Penchukov conseguiu escapar da polícia por tanto tempo. Ele passou quase 10 anos na lista dos mais procurados do FBI e foi líder de duas gangues distintas, em dois períodos diferentes da história do cibercrime. É raro poder conversar com um cibercriminoso de tão alto nível, que deixou tantas vítimas pelo caminho. Penchukov conversou conosco por seis horas ao longo de dois dias, como parte da série de podcasts Cyber Hack: Evil Corp. A entrevista exclusiva — a primeira que Penchukov já concedeu — revela os bastidores dessas gangues cibernéticas prolíficas, a mentalidade de algumas das pessoas por trás delas e detalhes inéditos sobre hackers que ainda estão foragidos — incluindo o suposto líder do grupo russo sancionado Evil Corp. LEIA MAIS: Encontro de 20 minutos com predador do Tinder destruiu minha vida por anos, diz vítima 'Modo ladrão' virá ativado de fábrica em novos celulares Android no Brasil O correspondente Joe Tidy, em frente à Penitenciária de Englewood, no Colorado BBC Operação dramática de prisão Foram necessários mais de 15 anos para que as autoridades finalmente prendessem Penchukov, em uma operação dramática realizada na Suíça em 2022. "Havia atiradores no telhado, e a polícia me colocou no chão, algemou e colocou um saco na minha cabeça, na rua, na frente dos meus filhos. Eles ficaram assustados", relembra ele, com irritação. Ele ainda guarda rancor da forma como foi preso, argumentando que a ação foi exagerada. Suas milhares de vítimas ao redor do mundo, no entanto, certamente discordariam: Penchukov e as gangues que ele liderou — ou das quais participou — roubaram dezenas de milhões de dólares. No fim dos anos 2000, ele e o infame grupo Jabber Zeus usaram uma tecnologia de cibercrime revolucionária para roubar diretamente das contas bancárias de pequenas empresas, prefeituras e até instituições de caridade. As vítimas viram suas economias desaparecerem e seus balanços serem destruídos. Só no Reino Unido, houve mais de 600 vítimas, que perderam mais de 4 milhões de libras (5,2 milhões de dólares) em apenas três meses. Entre 2018 e 2022, Penchukov mirou mais alto, juntando-se ao próspero ecossistema de ransomware com gangues que tinham como alvo corporações internacionais e até um hospital. A Penitenciária de Englewood, onde Penchukov está detido, não permitiu que levássemos equipamentos de gravação para dentro da prisão, então um produtor e eu fizemos anotações durante a entrevista, sob a supervisão de um agente de segurança próximo. A primeira coisa que chama a atenção em Penchukov é que, embora esteja ansioso para ser libertado, ele parece bem-humorado e claramente aproveita o tempo que passa na prisão. Ele conta que pratica muitos esportes, está aprendendo francês e inglês — um dicionário russo-inglês bastante usado permanece ao seu lado durante toda a entrevista — e acumula diplomas do ensino médio. "Você deve ser inteligente", eu comento. "Não o bastante — estou na prisão", ele brinca. Depois de hackear de dia, Penchukov se apresentava à noite como DJ Slava Rich BBC Englewood é uma prisão de segurança mínima com boas instalações. O edifício de um só andar, mas extenso, fica aos pés das Montanhas Rochosas, no Colorado. A grama seca ao redor do presídio está repleta de esquilos-da-pradaria barulhentos, que correm para dentro de suas tocas sempre que algum veículo da prisão passa por perto. É um longo caminho desde Donetsk, na Ucrânia, onde ele comandou sua primeira gangue de cibercrime depois de se envolver com hackers em fóruns de trapaças de jogos, onde procurava códigos para seus videogames favoritos, como Fifa 99 e Counter-Strike. Ele se tornou o líder do prolífico grupo Jabber Zeus— nomeado assim por causa do uso do malware revolucionário Zeus e da plataforma de comunicação favorita da equipe, o Jabber. Penchukov trabalhava com um pequeno grupo de hackers que incluía Maksim Yakubets — um russo que mais tarde seria sancionado pelo governo dos Estados Unidos, acusado de liderar o infame grupo de cibercrime Evil Corp. Penchukov conta que, ao longo do fim dos anos 2000, o grupo Jabber Zeus trabalhava em um escritório no centro de Donetsk, em jornadas de seis a sete horas diárias, roubando dinheiro de vítimas em outros países. Ele costumava terminar o dia com um set de DJ na cidade, tocando sob o nome DJ Slava Rich. O cibercrime naquela época era "dinheiro fácil", ele diz. Os bancos não tinham ideia de como impedir, e as polícias dos Estados Unidos, da Ucrânia e do Reino Unido não conseguiam acompanhar. No início dos seus 20 anos, ele ganhava tanto dinheiro que comprava "carros novos como se fossem roupas novas". Ao todo, teve seis — "todos alemães e caros". Mas a polícia conseguiu um avanço quando passou a escutar as conversas de texto dos criminosos no Jabber e descobriu a verdadeira identidade de Tank a partir de detalhes que ele mesmo havia revelado sobre o nascimento de sua filha. A rede começou a se fechar em torno do grupo Jabber Zeus, e uma operação liderada pelo FBI, chamada Trident Breach, resultou em prisões na Ucrânia e no Reino Unido. Mas Penchukov escapou, graças a um aviso prévio de alguém cujo nome ele não revela — e também a um de seus carros potentes. "Eu tinha um Audi S8 com um motor Lamborghini de 500 cavalos. Quando vi as luzes da polícia piscando no retrovisor, avancei o sinal vermelho e consegui despistá-los facilmente. Foi uma boa chance de testar toda a potência do meu carro", conta. Ele se escondeu por um tempo na casa de um amigo, mas quando o FBI deixou a Ucrânia, as autoridades locais pareceram perder o interesse nele. Então, Penchukov manteve-se discreto e, segundo ele, passou a agir dentro da lei. Fundou uma empresa de compra e venda de carvão, mas o FBI continuava em seu encalço. "Eu estava de férias na Crimeia quando recebi uma mensagem de um amigo dizendo que eu tinha entrado na lista dos mais procurados do FBI. Achei que tinha me safado de tudo — até perceber que agora eu tinha um novo problema", diz ele, num claro eufemismo. Na época, seu advogado estava calmo e o aconselhou a não se preocupar: contanto que ele não viajasse para fora da Ucrânia ou da Rússia, a polícia dos EUA não poderia fazer muito. LEIA MAIS: Robô humanoide da Rússia leva tombo e cai de cara ao ser apresentado 'Deathbots': os robôs de IA que permitem 'conversar com os mortos' Penchukov (à direita) estava entre os mais procurados do FBI; seus dois cúmplices ainda não foram capturados FBI As autoridades ucranianas acabaram aparecendo — mas não para prendê-lo. Penchukov havia sido exposto como um hacker rico procurado pelo Ocidente e alega que quase todos os dias oficiais vinham até ele para extorquir dinheiro. Seu negócio de venda de carvão ia bem até a invasão da Crimeia pela Rússia em 2014. Os chamados "Homens de Verde" do presidente Putin — soldados russos com uniformes sem identificação — arruinaram seu negócio, e mísseis atingiram seu apartamento em Donetsk, danificando o quarto de sua filha. Penchukov diz que foram os problemas nos negócios e os constantes pagamentos aos funcionários ucranianos que o levaram a ligar seu laptop mais uma vez e voltar à vida de cibercrime. "Decidi que era a maneira mais rápida de conseguir dinheiro para pagá-los", diz ele. Sua trajetória mostra a evolução do cibercrime moderno — do roubo rápido e fácil de contas bancárias ao ransomware, o tipo de ataque cibernético mais pernicioso e prejudicial atualmente, usado em ataques de grande repercussão este ano, inclusive contra a tradicional rede britânica Marks & Spencer. Ele diz que o ransomware era mais trabalhoso, mas o dinheiro valia a pena. "A cibersegurança havia melhorado muito, mas conseguíamos ganhar cerca de 200 mil dólares por mês. Lucros muito maiores." Em uma anedota reveladora, ele lembra de rumores sobre um grupo que teria recebido 20 milhões de dólares (cerca de 105 milhões de reais) de um hospital que havia sido paralisado por ransomware. Penchukov afirma que a notícia animou centenas de hackers nos fóruns criminosos, que passaram a atacar instituições médicas nos EUA para repetir o "dia de pagamento". Essas comunidades de hackers têm uma "mentalidade de rebanho", diz ele: "As pessoas não se importam com o lado médico das coisas — tudo o que veem são 20 milhões sendo pagos." Penchukov reconstruiu suas conexões e habilidades para se tornar um dos principais afiliados de serviços de ransomware, incluindo Maze, Egregor e o prolífico grupo Conti. Quando questionado se esses grupos criminosos trabalhavam com os serviços de segurança russos — uma acusação comum do Ocidente — Penchukov dá de ombros e diz: "Claro". Ele afirma que alguns membros das gangues de ransomware às vezes falavam sobre conversar com "seus contatos" nos serviços de segurança russos, como o FSB. A BBC escreveu para a Embaixada da Rússia em Londres, perguntando se o governo russo ou suas agências de inteligência se envolviam com cibercriminosos para auxiliar em espionagem cibernética, mas não recebeu resposta. Penchukov logo voltou ao topo e se tornou líder do IcedID — uma gangue que infectou mais de 150 mil computadores com softwares maliciosos, levando a vários tipos de ataques cibernéticos, incluindo ransomware. Penchukov era responsável por uma equipe de hackers que examinava os computadores infectados para descobrir a melhor forma de lucrar com eles. A gangue de Penchukov deixou muitas vítimas; uma delas disse ter sentido 'descrença e horror' ao perder seu dinheiro BBC Uma das vítimas que eles infectaram com ransomware em 2020 foi o University of Vermont Medical Center, nos EUA. Segundo procuradores americanos, isso resultou na perda de mais de 30 milhões de dólares (cerca de 157,5 milhões de reais) e deixou o centro médico incapaz de fornecer muitos serviços críticos aos pacientes por mais de duas semanas. Embora ninguém tenha morrido, os procuradores afirmam que o ataque, que desativou 5 mil computadores do hospital, criou risco de morte ou ferimentos graves para os pacientes. Penchukov nega ter feito o ataque, alegando que apenas admitiu para reduzir sua pena. De modo geral, Penchukov, que desde então mudou seu sobrenome para Andreev, considera que as duas sentenças de nove anos que cumpre simultaneamente são excessivas para o que fez (ele espera ser libertado muito antes). Ele também foi condenado a pagar US$ 54 milhões (cerca de R$ 280 milhões de reais) em restituição às vítimas. Sua visão como jovem hacker, que começou no cibercrime ainda adolescente, era de que empresas e pessoas no Ocidente poderiam arcar com perdas e que tudo estava coberto por seguro. Mas, ao falar com uma de suas primeiras vítimas dos tempos do Jabber Zeus, fica claro que seus ataques tiveram um impacto prejudicial em pessoas inocentes. A Lieber's Luggage, um negócio familiar em Albuquerque, no Novo México, teve US$ 12 mil dólares (R$ 63 mil) roubados de uma só vez pela gangue. A dona Leslee ainda se lembra do choque anos depois. "Foi só descrença e horror quando o banco ligou, porque não tínhamos ideia do que tinha acontecido, e o banco claramente também não sabia", diz ela. Embora fosse uma quantia modesta, foi devastadora para o negócio, pois o dinheiro era usado para pagar aluguel, comprar mercadorias e pagar funcionários. Eles não tinham economias para se amparar e, para piorar, a mãe idosa de Leslee cuidava das contas da empresa e se culpava até que o roubo foi descoberto. "Tivemos todos aqueles sentimentos: raiva, frustração, medo", conta. Quando pergunto o que eles gostariam de dizer aos hackers responsáveis, eles acham que é inútil tentar mudar a mente desses criminosos frios. "Não há nada que pudéssemos dizer que o afetasse", diz Leslee. "Eu não daria atenção a ele", acrescenta seu marido, Frank. Penchukov diz que não pensava nas vítimas, e parece não pensar muito nelas atualmente também. O único sinal de remorso em nossa conversa foi quando ele falou sobre um ataque de ransomware a uma instituição de caridade para crianças com deficiência. Yakubets — conhecido como "Aqua" — foi incluído na lista dos mais procurados do FBI em 2019. FBI Seu único arrependimento real parece ser ter confiado demais em outros hackers, o que acabou levando à prisão dele e de muitos outros criminosos. "Não se pode fazer amigos no cibercrime, porque no dia seguinte seus amigos serão presos e se tornarão informantes", afirma. "A paranoia é uma companheira constante dos hackers", diz ele. Mas o sucesso leva a erros. "Se você faz cibercrime tempo suficiente, perde sua vantagem", conclui, com um tom melancólico. Como se para destacar a natureza desleal do submundo cibernético, Penchukov diz que deliberadamente evitou qualquer contato adicional com seu antigo colaborador e amigo do Jabber Zeus, Maksim Yakubets, depois que o russo foi exposto e sancionado em 2019 pelas autoridades ocidentais. Penchukov conta que percebeu uma mudança distinta na comunidade hacker, à medida que as pessoas evitavam trabalhar com Yakubets e muitos de seus supostos associados da Evil Corp. Anteriormente, Penchukov e "Aqua", como Yakubets era conhecido, costumavam se encontrar em Moscou, bebendo e comendo em restaurantes de luxo. "Ele tinha seguranças, o que achei estranho — quase como se quisesse exibir sua riqueza ou algo assim", diz ele. Ser ostracizado do mundo do cibercrime, no entanto, não impediu a Evil Corp, e no ano passado a National Crime Agency do Reino Unido acusou outros membros da família Yakubets de estarem envolvidos em uma década de crimes, sancionando 16 integrantes da organização no total. Mas, ao contrário de Penchukov, as chances de a polícia prender Yakubets ou outros membros da gangue parecem baixas. Com uma recompensa de US$ 5 milhões por informações que levem à sua prisão, Yakubets e seus supostos co-conspiradores dificilmente repetirão o erro de Penchukov de deixar seu país.
  7. Robô humanoide da Rússia cai de cara no chão em apresentação O primeiro robô humanoide da Rússia movido a inteligência artificial tropeçou no palco e caiu de cara durante sua apresentação em Moscou na terça-feira (11). Ao som do tema do filme "Rocky, um Lutador", o robô AIDOL entrou andando no palco e parou para levantar seu braço direito e acenar para a plateia. Depois, perdeu o equilíbrio e caiu de cara no chão. Dois assistentes humanos que acompanhavam o AIDOL correram para ajudá-lo a se levantar. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Segundo a agência Reuters, os desenvolvedores afirmam que o AIDOL é capaz de realizar três funções humanas básicas: andar, manipular objetos e se comunicar com humanos. A mídia russa disse que Vladimir Vitukhin, CEO da empresa de tecnologia que desenvolveu o robô, se manifestou sobre o tombo, dizendo esperar que o "erro se transforme em uma experiência". Ele também afirmou que 77% dos componentes do robô são de fabricação russa. A meta é chegar a 93%. Robô humanoide russo cai de cara ao ser apresentado em Moscou MOSKVA CITY NEWS AGENCY Conheça o robô faxineiro eleito uma das melhores invenções do ano Blue Origin, de Jeff Bezos, lança supernave New Glenn
  8. Na semana passada, acompanhei o primeiro dia da FISweek 2025, descrita por seus organizadores como o maior evento de inovação e tendências da saúde na América Latina. Os números são expressivos: ao longo de três dias, 700 palestrantes se apresentaram em 14 palcos. Muito se discutiu sobre o papel da tecnologia para garantir acessibilidade e equidade, como desafogar o sistema de saúde – e, claro, sobre a inteligência artificial como o elemento indispensável para atingir tais metas. Sistema de saúde é voltado para quadros agudos, mas o que mais cresce são as doenças crônicas e as relacionadas ao envelhecimento Ageing without limits Estudos e diretrizes internacionais apontam que o ideal é um país ter entre três e cinco leitos por mil habitantes para oferecer uma cobertura adequada em situações normais e emergenciais. Nações com sistemas de saúde robustos, como Alemanha e Japão, costumam ter mais de oito leitos por mil habitantes. Já o Brasil dispõe de cerca de dois leitos por mil habitantes – o que inclui o SUS e a rede privada. Diante desse cenário, o ecossistema da saúde tenta se ajustar para melhorar o atendimento. Michelle Fabiani, diretora médica da Roche Farma Brasil, afirmou que a empresa está focada em proporcionar conveniência e qualidade de vida aos pacientes: “O objetivo é criar um sistema que funcione num ambiente de menor complexidade, se possível na própria casa da pessoa, com uma equipe de apoio fazendo o monitoramento remotamente. Na nossa área, um bom exemplo disso é disponibilizar medicamentos cujas doses possam ser mais espaçadas, com até seis meses de intervalo, sem prejuízo para o tratamento”. Fernando Pares, fundador ISA Saúde, empresa de atendimento domiciliar, ratificou a ideia: “o sistema é todo voltado para quadros agudos, mas o que mais cresce são as doenças crônicas e as relacionadas ao envelhecimento. Cerca de metade das internações é de pacientes que poderiam ser tratados em casa. Precisamos trabalhar para que esse novo modelo seja aceito pelas operadoras de saúde, pela comunidade médica e pelos próprios pacientes”. O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão apresentou uma lista de iniciativas que, segundo ele, deveriam nortear as políticas públicas, enfatizando a necessidade de reduzir a dependência tecnológica: “no Brasil, 90% dos princípios ativos para a fabricação de medicamentos são importados. Temos que deixar de ser consumidores passivos”. Ele também destacou a importância de novas modalidades de compras públicas e citou, como um exemplo de sucesso, a ação conjunta entre o Estado brasileiro (Fiocruz) e a iniciativa privada na aquisição da vacina contra a Covid-19. “Saúde é um direito garantido na Constituição, é inadmissível que o acesso não seja para todos”, afirmou. Na coluna de domingo, “Como a ética deve reger o uso da inteligência artificial na medicina”. Veja os vídeos que estão em alta no g1
  9. Mulher observa o celular na avenida Paulista, em São Paulo Marcelo Brandt/G1 O Google anunciou nesta quarta-feira (12) que, a partir de dezembro, novos celulares Android vendidos no Brasil sairão de fábrica com o "modo ladrão" ativado. Lançado em maio de 2024, o recurso é oficialmente chamado de "Proteção contra roubo". Na época, ele precisava ser ativado manualmente — e isso continua valendo para modelos mais antigos (veja como ativar). Vale lembrar, no entanto, que ele está disponível apenas em celulares com Android 10 ou superior. O "modo ladrão" do Android reúne dois recursos principais: 👋 Bloqueio por Detecção de Roubo: usa inteligência artificial para bloquear automaticamente a tela do celular ao detectar que o aparelho foi arrancado da mão do usuário de forma brusca; 🔐 Bloqueio Remoto: permite bloquear ou apagar os dados do celular à distância, mesmo que o dono não se lembre da senha da conta Google, em casos de roubo ou furto. No caso do primeiro, a tecnologia, segundo o Google, pode identificar fugas a pé, de bicicleta, de moto e carro. A mensagem "Possível roubo detectado: este dispositivo foi bloqueado automaticamente para proteger seus dados" é exibida logo após o roubo. O Brasil foi o primeiro país do mundo a receber o "modo ladrão" no Android, em junho de 2024. Antes do lançamento, Google disse que, em setembro de 2023, várias lideranças do Android vieram ao Brasil para entender de perto como agem criminosos de roubo de celular. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Parceria com a Polícia Militar de SP A Polícia Militar de São Paulo mantém uma parceria com o Google que permite bloquear celulares roubados ou furtados, desde que a vítima autorize. Segundo a empresa, desde que a PM passou a usar essa funcionalidade durante o atendimento de ocorrências, no meio deste ano, os oficiais já acionaram o "Bloqueio Remoto" mais de 5 mil vezes para ajudar vítimas. O g1 questionou o Google sobre a possibilidade de expandir a parceria para as polícias de outros estados. A empresa afirmou que tem conversado com forças de segurança em outras regiões do país e que também há interesse de outros países na tecnologia, segundo Fabrício Ferracioli, gerente técnico de Parcerias de Android no Google. Ele não revelou quais estados ou países estão em negociação. Como ativar o modo ladrão Acesse as "Configurações"; Selecione "Google"; Clique em "Todos os Serviços"; Escolha a opção "Segurança do Dispositivo e Proteção contra Roubo" (em alguns celulares, ela pode aparecer apenas como "Proteção contra Roubo"); 'Modo ladrão' virá ativado por padrão em novos celulares Android no BrasilHabilite o recurso em "Bloqueio de detecção de roubo" a tela também exibe os recursos "Bloqueio de dispositivo offline" e "Bloqueio remoto". Bloqueio de celular por PM e previsão de chuva com IA: veja 3 anúncios do Google Como um celular pode explodir mesmo sem estar carregando
  10. Alguns sistemas se concentram em preservar a memória, ajudando os usuários a gravar e armazenar histórias pessoais, organizadas por tema, com a IA indexando o conteúdo em um arquivo pesquisável. Já outros usam IA generativa para criar conversas contínuas. Pongsawat Pasom/Unsplash A inteligência artificial (IA) está sendo cada vez mais usada para preservar as vozes e as histórias dos mortos. De chatbots baseados em texto que imitam entes queridos a avatares de voz que permitem que você “converse” com os falecidos, uma crescente indústria digital do além promete tornar a memória interativa e, em alguns casos, eterna. Em nossa pesquisa, publicada recentemente na revista científica Memory, Mind & Media, exploramos o que acontece quando a lembrança dos mortos é deixada a cargo de um algoritmo. Nós até tentamos conversar com versões digitais de nós mesmas para descobrir. Os “deathbots” são sistemas de IA projetados para simular as vozes, os padrões de fala e as personalidades dos falecidos. Eles se baseiam nos traços digitais de uma pessoa — gravações de voz, mensagens de texto, e-mails e postagens nas redes sociais — para criar avatares interativos que parecem “falar” do além-túmulo. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 Como disse a teórica da mídia Simone Natale, essas “tecnologias da ilusão” têm raízes profundas nas tradições espiritualistas. Mas a IA as torna muito mais convincentes e comercialmente viáveis. Nosso trabalho faz parte de um projeto chamado Synthetic Pasts, que explora o impacto da tecnologia na preservação da memória pessoal e coletiva. Salários de até R$ 20 mil: como é o trabalho de quem cria agentes de IA Os detalhes da operação contra apps de streaming ilegal no Brasil Neo: quanto custa robô que pode lavar, dobrar e passar suas roupas Para nosso estudo, analisamos serviços que afirmam preservar ou recriar a voz, as memórias ou a presença digital de uma pessoa usando IA. Para entender como eles funcionam, nos tornamos nossas próprias cobaias. Carregamos nossos próprios vídeos, mensagens e notas de voz, criando “duplos digitais” de nós mesmas. Em alguns casos, desempenhamos o papel de usuários preparando nossas próprias vidas pós-morte sintéticas. Em outros, atuamos como enlutados tentando conversar com uma versão digital de alguém que faleceu. O que descobrimos foi fascinante e inquietante. Alguns sistemas se concentram em preservar a memória. Eles ajudam os usuários a gravar e armazenar histórias pessoais, organizadas por tema, como infância, família ou conselhos para entes queridos. A IA então indexa o conteúdo e orienta as pessoas por ele, como um arquivo pesquisável. Outros usam IA generativa para criar conversas contínuas. Você carrega dados sobre uma pessoa falecida — mensagens, postagens, até mesmo amostras de voz — e o sistema cria um chatbot que pode responder no tom e estilo dela. Ele usa um subconjunto da IA chamado aprendizado de máquina (que melhora com a prática) para fazer seus avatares evoluírem ao longo do tempo. Alguns se apresentam como divertidos (“faça uma sessão espírita com IA”), mas a experiência pode parecer assustadoramente íntima. Todas as plataformas afirmam oferecer uma conexão emocional “autêntica”. No entanto, quanto mais personalização tentávamos, mais artificial parecia. DeepSeek, ChatGPT e Gemini: qual é a melhor inteligência artificial? Quando solicitados por esses sistemas, fornecemos mais informações sobre nós mesmas, apenas para que o bot repetisse exatamente as frases que usamos em respostas rígidas e programadas. Às vezes, o tom era incongruente, como quando emojis alegres ou frases otimistas apareciam mesmo ao discutir a morte — um lembrete claro de que os algoritmos são ruins em lidar com o peso emocional da perda: Oh, querida… 😔 Isso (a morte) não é algo que eu gostaria que alguém ficasse remoendo. Para ser sincera, tudo está um pouco confuso agora. 🌫️ Vamos conversar sobre algo um pouco mais alegre, ok? As ferramentas mais baseadas em arquivos que testamos proporcionaram uma experiência mais tranquila, mas também impuseram categorias rígidas e nuances limitadas. Como observou o estudioso de mídia digital Andrew Hoskins, a memória na era da IA se torna “conversacional” — moldada pelas interações entre humanos e máquinas. Mas, em nossos experimentos, essas conversas muitas vezes pareciam monótonas, expondo os limites da intimidade sintética: Humano: Você sempre foi tão encorajador e solidário. Sinto sua falta. Deathbot: Estou aqui para você, sempre pronto para oferecer incentivo e apoio sempre que precisar. E sinto sua falta também… Vamos enfrentar o dia de hoje juntos, com positividade e força. Por trás dessas experiências existe um modelo de negócios. Não se trata de instituições funerárias de caridade, mas de startups de tecnologia. Taxas de assinatura, níveis “freemium” e parcerias com seguradoras ou prestadores de serviços de saúde revelam como a lembrança está sendo transformada em um produto. Como os filósofos Carl Öhman e Luciano Floridi argumentaram, a indústria digital do além-vida opera dentro de uma “economia política da morte”, onde os dados continuam a gerar valor muito tempo depois do fim da vida de uma pessoa. As plataformas incentivam os usuários a “capturar sua história para sempre”, mas também coletam dados emocionais e biométricos para manter o engajamento alto. A memória se torna um serviço — uma interação a ser projetada, medida e monetizada. Isso, como o professor de tecnologia e sociedade Andrew McStay mostrou, faz parte de uma economia mais ampla de “IA emocional”. Ressurreição digital? A promessa desses sistemas é uma espécie de ressurreição — a reanimação dos mortos por meio de dados. Eles oferecem o retorno de vozes, gestos e personalidades, não como memórias relembradas, mas como presenças simuladas em tempo real. Esse tipo de “empatia algorítmica” pode ser persuasivo, até mesmo comovente, mas existe dentro dos limites do código e altera silenciosamente a experiência de lembrar, suavizando a ambiguidade e a contradição. Essas plataformas demonstram uma tensão entre as formas arquivísticas e generativas da memória. Todas as plataformas, porém, normalizam certas formas de lembrança, privilegiando a continuidade, a coerência e a capacidade de resposta emocional, ao mesmo tempo em que produzem novas formas de personalidade baseadas em dados. Como observou a teórica da mídia Wendy Chun, as tecnologias digitais muitas vezes confundem “armazenamento” com “memória”, prometendo uma lembrança perfeita enquanto apagam o papel do esquecimento — a ausência que torna possível tanto o luto quanto a lembrança. Nesse sentido, a ressurreição digital corre o risco de interpretar erroneamente a própria morte: substituir a finalidade da perda pela disponibilidade infinita da simulação, onde os mortos estão sempre presentes, interativos e atualizados. A IA pode ajudar a preservar histórias e vozes, mas não pode replicar a complexidade viva de uma pessoa ou de um relacionamento. As “vidas pós-morte sintéticas” que encontramos são atraentes precisamente porque falham. Elas nos lembram que a memória é relacional, contextual e não programável. Nosso estudo sugere que, embora você possa conversar com os mortos usando IA, o que você ouve em resposta revela mais sobre as tecnologias e plataformas que lucram com a memória — e sobre nós mesmos — do que sobre os fantasmas com os quais eles afirmam que podemos conversar. Jenny Kidd recebeu financiamento do Leverhulme Trust e do Arts and Humanities Research Council. Eva Nieto McAvoy não presta consultoria, trabalha, possui ações ou recebe financiamento de qualquer empresa ou organização que poderia se beneficiar com a publicação deste artigo e não revelou nenhum vínculo relevante além de seu cargo acadêmico. Neo: conheça robô que pode lavar, dobrar e passar suas roupas
  11. Bandeira LGBTQIA+ Sophie Emeny/Unsplash O governo da China ordenou a remoção de dois dos aplicativos de relacionamento LGBTQIA+ mais populares do país, o Blued e o Finka, das lojas App Store, da Apple, e Google Play Store (Android). Segundo a Apple, a medida foi determinada pela Administração do Ciberespaço da China, órgão que regula a internet no país. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é ilegal na China. Ativistas afirmam que a repressão à comunidade LGBTQIA+ aumentou nos últimos anos, com censura frequente a eventos e publicações durante o governo de Xi Jinping. Usuários chineses perceberam no fim de semana que as versões completas dos aplicativos haviam desaparecido. Ambos pertencem ao BlueCity Group, empresa sediada em Hong Kong. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 Uma versão limitada do Blued ainda estava disponível na App Store chinesa nesta terça-feira (11). Alguns usuários dizem que o Blued e o Finka ainda podem ser utilizados se já estiverem baixados nos celulares. A Apple confirmou nesta terça-feira a remoção. "Após uma ordem da Administração do Ciberespaço da China, removemos esses dois aplicativos apenas da loja chinesa", disse um porta-voz da Apple à AFP. "Respeitamos as leis dos países em que operamos", acrescentou. LEIA MAIS: WhatsApp bloqueia contas por suspeita de spam; usuários questionam 'Me sinto valorizado': como é o trabalho de quem cria agentes de IA Agentes de IA viram aposta das empresas, e quem domina a tecnologia pode ganhar até R$ 20 Vigilância Em setembro, o órgão que regula a internet na China lançou uma campanha contra plataformas de redes sociais que, segundo a instituição, difundem “uma visão negativa da vida”. O Grindr, outro app de encontros LGBTQIA+, já havia sido removido das lojas de app chinesas em 2022. Zhao Hu, advogado com trajetória na defesa dos direitos LGBTQIA+, disse à AFP que a decisão da Administração do Ciberespaço foi "inesperada" e "sem qualquer explicação". Hu Zhijun, cofundador da PFLAG China, organização que defende a comunidade LGBTQIA+, condenou a remoção dos aplicativos. Segundo ele, os apps ajudavam homens gays a "ter vidas mais estáveis e encontrar parceiros para relações íntimas". "[Eles] Deveriam ser vistos como algo positivo, uma iniciativa socialmente benéfica", disse.
  12. Justiça do Rio decreta falência do Grupo Oi A Oi teve a falência decretada na última segunda-feira (10) pela 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), após protagonizar uma das maiores recuperações judiciais da história do país. Além dos serviços de telefonia, a companhia também presta serviços essenciais de telecomunicações — incluindo sistemas de tráfego aéreo, rede das lotéricas e linhas de emergência como polícia, bombeiros e defesa civil. (Correção: o g1 errou ao informar que a Oi TV, serviço de televisão por assinatura via fibra óptica, foi oficialmente descontinuada entre outubro e novembro de 2024. O serviço foi mantido em funcionamento. A informação foi corrigida às 19h58.) Mesmo em processo de falência, a Justiça determinou que a empresa mantenha os serviços essenciais durante a transição e a venda de ativos, evitando prejuízos à população e ao funcionamento de sistemas públicos e privados. Veja o que deve acontecer com os sistemas que dependem da empresa: Serviços que devem ser mantidos 🛜Conectividade pública e privada A Oi fornece infraestrutura de telecomunicações, como redes de fibra óptica e links dedicados, que garantem internet, telefonia e troca de dados entre instituições — como as Forças Armadas, o Judiciário e empresas privadas. Um exemplo é o projeto Ebnet Fronteiras, que conecta 66 pontos do Exército Brasileiro em 10 estados, garantindo comunicações seguras até em áreas de fronteira. Técnicos da Oi atuam diretamente nessas regiões, muitas vezes permanecendo em acampamentos militares durante as operações. Essas atividades deverão ser mantidas pela companhia durante a transição. 📞Telefonia em áreas remotas A operadora também garante o funcionamento de orelhões e linhas fixas em locais onde outras empresas não atuam, oferecendo acesso básico à comunicação em comunidades rurais e isoladas. Esse serviço deverá ser mantido pela Oi, segundo determinação judicial, até que outra operadora assuma a operação. orelhão, dificuldade, ligação, celular, Macapá, Amapá Jéssica Alves/G1 ✈️ Controle de tráfego aéreo No final de outubro, a Justiça do Rio de Janeiro, ainda durante o processo de recuperação judicial da companhia, homologou a transferência da operação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), da Força Aérea Brasileira, para a Claro. ✈️ O Cindacta é responsável por monitorar, controlar e defender o espaço aéreo do país. Segundo a decisão, "os contratos destinados aos serviços que guarnecem o Cindacta serão assumidos pela empresa Claro, detentora de tecnologia e capilaridade necessárias à sua execução. Inclusive porque já presta parte dos serviços respectivos atualmente", apontou na ocasião a juíza Simone Gastesi Chevrand. 🏦Conectividade da Caixa Econômica Federal A Oi também mantém a rede que conecta a Caixa e suas 13 mil lotéricas em todo o país. Essa infraestrutura permite que serviços como saques, depósitos, pagamentos e transferências ocorram em tempo real. Para evitar que o serviço seja interrompido, a Oi também precisará manter essa operação até que a rede seja transferida para outra operadora. Outros serviços essenciais que devem ser mantidos 7.500 telefones públicos ativos, principalmente em cidades pequenas; Serviços de emergência (tridígito), como 190 (Polícia), 192 (Samu) e 193 (Bombeiros), que dependem da rede da Oi; Interconexão entre operadoras, permitindo que chamadas e dados circulem entre diferentes redes, como Vivo e Claro; Contratos com órgãos públicos e empresas privadas, que seguem válidos até a conclusão da transferência para outras prestadoras. Oi Móvel, Oi TV e Oi Fibra Vale lembrar que, em fevereiro de 2022, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da Oi Móvel para o consórcio formado por Claro, TIM e Vivo. A Claro ficou com 27 DDDs, a Vivo com 11 e a TIM com 29. Os clientes foram transferidos automaticamente para a operadora correspondente à sua região, mas poderiam mudar de empresa sem custo, já que a fidelidade contratual deixou de valer. Em fevereiro de 2025, a Oi vendeu suas operações de TV por assinatura — tanto via satélite (DTH) quanto por fibra (IPTV) — para a Mileto Tecnologia, em um acordo de cerca de R$ 30 milhões. A nova empresa assumiu a base de cerca de 600 mil assinantes e os equipamentos associados. Com isso, os clientes da antiga Oi TV passaram a ser atendidos pela Mileto ou precisaram migrar para outros serviços de TV e streaming. Já a Oi Fibra, serviço de banda larga da operadora, também mudou de mãos. A Oi vendeu sua operação de internet por fibra óptica para a V.tal, empresa controlada por fundos do BTG Pactual. Após a compra, o serviço passou a operar sob a nova marca Nio, e a Oi deixou de atuar diretamente nesse segmento. Em nota, o Ministério das Comunicações informou que vai avaliar a decisão judicial e seus impactos. A ainda pasta esclareceu que "está empenhada em garantir a continuidade dos serviços de telecomunicações, mesmo que eles sejam assumidos por outra empresa". "A pasta tem acompanhado de perto todo o andamento do processo de recuperação judicial que corre na Justiça do Rio de Janeiro e o cumprimento das obrigações assumidas pela empresa", disse em nota. A logo da empresa de telecomunicações Oi é vista em um shopping de São Paulo em outubro de 2013 Nacho Doce/Reuters/Arquivo
  13. WhatsApp vem bloqueando conta de usuários por spam. Reprodução/WhatsApp (Ariel Liborio) Usuários do WhatsApp têm ido às redes sociais para reclamar que suas contas estão sendo bloqueadas por suspeita de spam. Segundo os relatos, o aplicativo realiza o bloqueio imediatamente após o envio de uma mensagem. As reclamações começaram a surgir na última sexta-feira (7) e vêm ocorrendo desde então. Algumas pessoas relatam que perderam o acesso ao app ao enviar uma primeira mensagem para um número que não está salvo na agenda, ou seja, em uma conversa inicial. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça O g1 procurou a Meta, dona do WhatsApp, para comentar o caso e aguarda retorno. 🔎 O que é spam? Spam, também conhecido como "lixo eletrônico", é o envio em massa de mensagens não solicitadas, geralmente com conteúdos publicitários, fraudulentos ou maliciosos. Veja os vídeos que estão em alta no g1 ➡️ Ao perceber que foi banido, o usuário pode tocar em "Solicitar uma análise", opção exibida na mesma tela que informa o bloqueio. Em seguida, é possível enviar uma justificativa e aguardar o retorno da empresa. Na rede social X, é possível encontrar várias queixas em português, inglês e espanhol, o que indica que o problema afeta contas do WhatsApp em outros países além do Brasil (veja ao final da reportagem). "O WhatsApp simplesmente me baniu por spam porque fui enviar meu documento para a clínica. Que loucura", disse uma pessoa no X. "Como eu fui banido por spam por mandar uma única mensagem para alguém fora dos meus contatos?", questionou outra pessoa. "Eu mandei mensagem para alguns contatos normalmente, mas, quando fui enviar para um número novo, que não estava salvo na agenda do celular, assim que escrevi um 'oi', minha conta foi desconectada”, contou o usuário Ariel Liborio ao g1. 📲 Banido do WhatsApp? Saiba o que pode causar o bloqueio Segundo Ariel, assim que sua conta foi desconectada, o app exibiu uma mensagem informando que o perfil havia sido bloqueado por suspeita de spam. Ele contou que solicitou análise, mas o WhatsApp informou que havia concluído a averiguação e que a conta permaneceria banida. Ariel disse que perdeu o acesso ao app por volta das 15h desta segunda-feira (10). "Por volta das 21h do mesmo dia, do nada, recebi um retorno do suporte do WhatsApp dizendo que a conta tinha sido restaurada, e tive que configurar tudo de novo", disse. Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text iPhone Air: primeiras impressões do celular fininho e quais são seus rivais Agentes de IA viram aposta das empresas, e quem domina a tecnologia pode ganhar até R$ 20 Data centers de IA podem consumir energia equivalente à de milhões de casas
  14. O celular atende sozinho: g1 testa a função no iPhone e no Galaxy O telefone toca. É um número desconhecido. Você atende? Provavelmente não, com tantos golpes circulando por aí. Mas dá para atender à ligação sem precisar “atender" em alguns celulares da Apple e da Samsung. O Guia de Compras testou o recurso para checar como funciona e se a transcrição do texto é boa. O recurso funciona em todos os iPhones com o sistema iOS 26 (o mais recente) e com Samsung Galaxy compatíveis com a Galaxy AI (inteligência artificial da marca). Saiba como configurar no seu aparelho. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça O sistema de atendimento automático funciona de um modo parecido tanto nos iPhones como nos Galaxy. Quando recebe uma chamada, o smartphone primeiro verifica os contatos do usuário para tentar encontrar o número. Esse sistema pode checar também aplicativos que podem ter mais contatos conhecidos – como redes sociais ou apps de pedido de comida, por exemplo. Se aquele número que está ligando é compatível, a ligação toca e você vê o nome aparecendo na tela. Se o número for desconhecido ou estiver oculto, o atendimento automático entra em ação. A avaliação foi feita a partir de três situações simuladas: um de golpe (ou cobrança) bancário, um de entrega com problemas e um de emergência familiar. As ligações foram feitas de outro celular configurado para não mostrar o número quando liga para outros números. Veja a seguir a diferença entre as marcas. Nos iPhones, o processo é todo automático. Caso você esteja prestando atenção na tela do iPhone, dá para selecionar na tela algumas perguntas prontas. E, se for preciso, atender ou não. O mais interessante é que o telefonema é gravado nesse período. O Galaxy não faz isso. O que o interlocutor fala fica salvo em áudio e texto no Correio de Voz do telefone. Basta dar o play para ouvir ou ler o texto transcrito. Essa funcionalidade do iPhone de salvar recados de voz é excelente para não precisar ligar para aquele número da operadora e ficar navegando em menus para conseguir ouvir e apagar a mensagem. O iPhone entendeu bem a voz do outro lado da linha, transcrevendo sem muitos problemas. Só errou em um dos roteiros, a palavra era “obrigadão” e ele entendeu “brigrigadão” (seja lá o que isso signifique). Transcrição de ligações atendidas automaticamente no iPhone fica salva no Correio de Voz do aparelho Reprodução Já na Samsung, o atendimento automático funciona de modo mais personalizado. O robô não responde sozinho, como na Apple. Ao receber uma chamada de número privado ou desconhecido, o aparelho toca e mostra que tem algum estranho ligando. O dono do celular tem duas opções: mandar para o modo Chamada por texto ou traduzir a ligação utilizando inteligência artificial. Na Samsung, o atendimento automático requer interação do dono do telefone Reprodução Ao tocar na chamada por texto, só aí o robô assume a chamada automaticamente. Na opção de Tradução, o resultado é similar aos modos de tradução ao vivo usado pela Samsung em outras áreas do celular. Durante o atendimento, é possível mandar questões pré-definidas que aparecem na tela, como “é urgente?”, para então decidir se fala com a pessoa ou não. Nos testes, a transcrição foi um pouco menos precisa que a da Apple. Num dos roteiros, a frase era “senhor Henrique”, e ele entendeu como “Sônia Henrique” e captou mais ruídos do ambiente, colocando algumas palavras aleatórias na tela. Outra grande diferença em relação ao iPhone é que a conversa não ficou salva no aparelho. Fica apenas o registro de ligação não atendida nas chamadas recentes. No fim das contas, as duas opções são ótimas para fugir de golpistas, cobranças indevidas e chatos em geral que ainda ligam para a gente. E, se decidir por atender, basta tocar na tela – é como se você atendesse à ligação no meio da gravação de uma antiga secretária eletrônica com fita nas linhas fixas do passado. E do outro lado da linha? A experiência de ligar de um número desconhecido é esquisita. O comum é que o outro lado atenda logo, desligue ou mande para a caixa postal. Mas, do nada, é a "voz do Google" que te atende. Não tem nada de humano ali. Ao ligar para alguém com iPhone e ouvir um "Olá. Se você disser seu nome e o motivo da ligação, poderei ver se esta pessoa está disponível" é uma experiência estranha, até rude, dependendo de quem estiver ligando Na Samsung, o aviso é mais humanizado, mas ainda sintético. "Olá, estou usando um assistente de voz para converter a sua voz em texto e responder a você. Se quiser continuar, informe o motivo da sua ligação". Nem sempre a pessoa que atende estará disponível mesmo – se o celular estiver no modo não perturbe, ele nem vai tocar. A chamada segue direto para os atendimentos automáticos e boa sorte para tentar falar. Veja a seguir uma lista de smartphones da Apple e da Samsung compatíveis com o atendimento automático. Os preços iam de R$ 2.000 a R$ 10.500 e foram consultados no início de novembro nas principais lojas da internet. iPhone 15 iPhone 16e iPhone Air Galaxy S25 FE Galaxy S25 Edge Galaxy A56 Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável. Que tal atender ao telefone sem precisar atender?
  15. Agentes de IA viram aposta das empresas, e quem domina a tecnologia pode ganhar até R$ 20 "O que me fez não desistir foi justamente perceber que era uma área promissora", diz Evellyn Nicole, de 22 anos. Ela é engenheira de inteligência artificial pleno em uma grande empresa do setor elétrico e atua com agentes de inteligência artificial (IA). 🔎 O que são agentes de IA: são programas que executam tarefas automaticamente, como fazer compras ou reservar restaurantes sozinhos. Nas empresas, eles tornam processos mais ágeis, eficientes e produtivos (saiba mais abaixo). Especialistas confirmam que Evellyn atua em uma área em expansão. Os salários de um engenheiro de IA variam de R$ 19,5 mil a R$ 27,1 mil, segundo o Guia Salarial 2026 da consultoria Robert Half. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Considerando o setor de inteligência artificial como um todo, a remuneração média em regime CLT vai de R$ 3,5 mil a R$ 20 mil, segundo levantamento da plataforma de empregos Catho feito a pedido do g1. Em entrevista ao g1, Evellyn preferiu não divulgar o próprio salário, mas afirma estar satisfeita com a remuneração atual. Apesar das boas oportunidades, o mercado ainda enfrenta escassez de profissionais qualificados. "A demanda por especialistas em IA só cresce há mais de cinco anos, com média anual acima de 20%. No cenário global, pode passar de 30%", diz Cleber Zanchettin, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e estudioso de IA. O mercado de agentes ainda é novo — tanto que nem existem cargos definidos para essa função —, mas vem evoluindo com os investimentos crescentes das empresas. Para Raphael Bozza, vice-presidente de pessoas do iFood, "nos próximos três meses, veremos surgir muitos cargos voltados ao trabalho com agentes de IA. Essas pessoas já existem e atuam na prática, mas a função ainda não tem um título formal". ➡️ Entenda o que é agente de IA e por que eles estão em alta: 🤖 Agentes são sistemas de IA generativa, baseados em grandes modelos de linguagem (LLMs) — o "cérebro" por trás de IAs como Gemini, ChatGPT e Copilot — capazes de criar respostas e executar tarefas de forma autônoma, seguindo as metas definidas por quem os desenvolveu. 🚀 Na prática, os agentes podem automatizar atendimento ao cliente, analisar dados de vendas para identificar padrões ou, em obras, ajustar cronogramas considerando clima, equipe e materiais. 🤑 Para as empresas, isso se traduz em maior produtividade, redução de custos e melhoria da experiência do cliente, podendo ser aplicados tanto em processos internos quanto em produtos destinados ao consumidor final. 👩‍💻 Eles também já estão disponíveis para usuários comuns. Neste ano, a OpenAI liberou para todos os assinantes do ChatGPT seu agente, capaz de reservar restaurantes, fazer compras e executar outras tarefas sozinho. 🧑‍💼 Os relatos de profissionais que criam agentes de IA João Gama, de 19 anos, e Evellyn Nicole, de 22, trabalham com agentes de IA. Arquivos pessoais. "Quem sabe criar e colocar agentes de IA em funcionamento hoje é muito valorizado. Digo isso por experiência própria", conta João Gama, de 19 anos, técnico em análise júnior em uma empresa de aluguel de veículos, onde ganha R$ 3,6 mil por mês. Ele ainda está fazendo faculdade de sistemas de informação. João foi um dos responsáveis por desenvolver um agente que analisa automaticamente as fichas de inspeção dos veículos e identifica problemas na frota, como vazamentos de óleo, na locadora de carros onde trabalha. A ferramenta envia alertas à equipe, eliminando a necessidade de uma análise manual. "O sistema ajuda a detectar falhas rapidamente e torna as decisões mais ágeis", explica o jovem. "Quem domina a criação desses sistemas tende a se destacar profissionalmente, já que ainda tem poucas pessoas preparadas na área", afirma João. Segundo ele, trabalhar com agentes é uma hard skill, ou seja, uma habilidade técnica cada vez mais valorizada no mercado. A família de Evellyn Nicole, de 22 anos, demorou a compreender essa escolha. Formada em inteligência artificial pela Universidade Federal de Goiás (UFG), ela atua hoje como engenheira de IA em uma grande empresa do setor elétrico. Evellyn lembra de uma tia que questionou sua decisão: "Ela disse: 'Ah, mas você é tão inteligente. Por que não faz um curso que dá dinheiro?'. Inclusive, falou que eu deveria ter escolhido carreiras já consolidadas, como medicina ou engenharia", recorda. A jovem diz que, agora, seus familiares compreendem que a área é promissora. "Agora até surgem alguns comentários: 'Nossa, a Evellyn entrou na hora certa'", conta, rindo. Agente do ChatGPT reserva restaurante, faz compra, mas erra ao insistir demais Na empresa onde trabalha, Evellyn desenvolve agentes que automatizam tarefas repetitivas, ajudando analistas e gestores a economizar tempo e focar nas atividades mais importantes. Ela se dedica a criar robôs que entendem perguntas simples e buscam as respostas no banco de dados da empresa. Assim, qualquer pessoa pode digitar, por exemplo, "quanto vendi hoje?" e receber a resposta na hora, sem precisar programar. Esses agentes funcionam como tradutores: interpretam a pergunta e apresentam o resultado de forma clara. Evellyn lembra das oportunidades que surgiram logo no início da faculdade, por meio do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) da UFG, que conecta estudantes a empresas interessadas em implementar IA internamente. Segundo ela, foi isso que a fez não desistir da IA, já que tinha insegurança sobre como se desenvolver em um universo tão novo. Os dois profissionais, contratados em regime CLT, dizem estar satisfeitos com a carreira em IA e destacam o modelo de trabalho. João atua em formato híbrido, indo ao escritório três vezes por semana, o que, segundo ele, "equilibra a vida profissional e pessoal". Já Evellyn trabalha 100% em home office. "Já recebi propostas para trabalhar no modelo híbrido com salário melhor, mas preferi o conforto do home office", afirma Evellyn. Entre os desafios da área, João e Evellyn destacam o ritmo acelerado de mudanças da IA, com novidades surgindo quase todos os dias. Por ser um campo ainda novo e com poucos especialistas, muitos profissionais se sentem sozinhos. Também há escassez de livros e materiais publicados no Brasil sobre o tema. Um dos principais desafios técnicos são as chamadas "alucinações" da IA, quando o sistema gera respostas incorretas ou inconsistentes. Como explica Evellyn: "Um dia funciona, no outro, não". Isso ocorre porque a tecnologia trabalha com probabilidades, exigindo supervisão humana e ajustes constantes. LEIA TAMBÉM: 'Ganho mais de R$ 20 mil': como é trabalhar com IA Como começar a trabalhar com IA? Veja dicas de brasileiros da área O que devo estudar e quais habilidades devo ter? Camilly Alves, jovem de 20 anos que já trabalha com inteligência artificial. Rafael Leal/g1 Profissionais ouvidos pelo g1 dizem que, mesmo profissionais de áreas não técnicas, como finanças, podem criar agentes se tiverem conhecimento profundo dos processos de negócio. Para começar, é recomendado estudar Python, atualmente a base da IA, e explorar ferramentas de criação de agentes usadas pelo mercado, como Lindy, OpenAI Operator, LangChain, CrewAI, AutogenAI e Langflow. Professores, executivos e profissionais consultados pelo g1 ainda recomendam que os fundamentos de IA, conceitos de machine learning e linguagem natural, IA generativa e análise de dados, incluindo visualização, são essenciais para quem quer ingressar na área. Além da formação técnica, o perfil analítico e crítico é fundamental. É necessário compreender o fluxo e os processos que serão automatizados e dominar as regras e objetivos da empresa para programar agentes de forma precisa e eficiente. Graduação e, em alguns casos, pós-graduação ou mestrado em IA também são valorizados pelas empresas. Como a área é muito ágil, atualização constante é crucial. É recomendado participar de eventos como hackathons e encontros de IA, mesmo sem experiência técnica. É uma oportunidade bacana para trocar ideias, aprender na prática e desenvolver soluções inovadoras. Criminosos podem usar suas fotos nas redes para aplicar golpes financeiros? Data centers de IA podem consumir energia equivalente à de milhões de casas Robô que aprende com vídeos começa a ganhar espaço em fábricas e indústrias


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O Blog do Anísio Alcântara foi publicado no dia 25 de Março de 2012