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Prazo para exclusão de conteúdos sobre produtos derivados do tabaco cuja venda é proibida no Brasil é de 48 horas. Levantamento apontou 1,8 mil páginas ou anúncios sobre 'vapes' nas plataformas notificadas. Estudo apontou que líquido dos vapes descartáveis são contaminados com metais tóxicos ainda desligados
Getty Images/via BBC
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou as plataformas digitais Instagram, YouTube, TikTok, Mercado Livre e Enjoei para que retirem do ar, no prazo de 48 horas, anúncios e conteúdos que promovam ou comercializem cigarros eletrônicos, os chamados "vapes".
Devem ser excluídas ainda publicações sobre outros produtos derivados do tabaco cuja venda também é proibida no Brasil.
As empresas foram notificadas nesta terça-feira (29), conforme comunicado divulgado nesta quarta-feira (30) pela Senacon, órgão do Ministério da Justiça.
📄Se as empresas não atenderem à determinação, podem ser alvo de processo administrativo na Senacon.
💰O processo administrativo pode gerar a essas empresas punições como a aplicação de multas.
Apreensões de cigarros eletrônicos sobem 109% em um ano
As notificações para remoção dos conteúdos foram propostas pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), um colegiado da Senacon.
📱De acordo com o CNCP, um levantamento identificou 1.822 páginas ou anúncios ilegais relacionados a cigarros eletrônicos nas plataformas que foram notificadas, a maior parte no Instagram (1,6 mil).
💻Youtube (123 anúncios) e Mercado Livre (44) completam o ranking das plataformas com mais conteúdos a serem removidos.
De acordo com a Senacon, contas de vendedores e de influenciadores que divulgam os cigarros eletrônicos nas plataformas somam quase 1,5 milhão de inscritos.
Além da retirada dos conteúdos, as empresas devem, segundo o governo, reforçar os mecanismos de controle para evitar novas publicações ilegais.
Venda proibida
A venda de cigarros eletrônicos, os "vapes", é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009. Em 2024, durante nova análise, o órgão manteve a proibição.
Apesar disso, esses dispositivos são facilmente encontrados no comércio físico ou online.
🚬Pneumologistas e entidades de saúde afirmam que o uso de cigarros eletrônicos pode trazer prejuízos à saúde, como a alta probabilidade do desenvolvimento de câncer e de doenças coronarianas.
As entidades ainda alertam para o impacto negativo do consumo de cigarros eletrônicos nas políticas de controle ao tabaco no país.
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Os criadores de conteúdo Jade Picon e Hugo Gloss participaram do Web Summit, o maior evento de tecnologia do mundo, no Riocentro, nesta quarta-feira (30), com o painel 'Além do feed: Construindo uma marca pessoal duradoura'. Jade Picon reforça preocupação com a saúde mental
Raoni Alves / g1 Rio
A atriz, empreendedora e influenciadora Jade Picon esteve nesta quarta-feira (30) no Web Summit Rio 2025, no Riocentro, na Zona Oeste, onde deu dicas sobre como desenvolver uma carreira de sucesso no mundo digital.
Ao lado do também influenciador Hugo Gloss, Jade reforçou conceitos como autenticidade e dedicação, mas lembrou também da importância dos cuidados com a saúde mental. Para a atriz, é importante não se comparar a todo momento.
"Hoje em dia tudo é tão rápido, as pessoas explodem de uma hora para outra. Você quer uma coisa e você tem na hora e a gente tende a trazer isso para a nossa vida. Quando você quer chegar em algum lugar e começa a demorar: 'Por que eu não tô lá?' 'Por que tal pessoa está lá?'. É importante não se comparar, o progresso leva tempo, tudo onde você dedicar o seu tempo vai gerar fruto", analisou.
"Eu, com 23 anos, muita terapia, mas também é muito cuidado com meu corpo e minha mente. Como eu vou conseguir ser autêntica e ter uma mensagem boa pra passar se eu não estiver bem", completou Picon.
Jade Picon e Hugo Gloss no Web Summit Rio 2025
Raoni Alves / g1 Rio
Jade apontou que essa preocupação com a saúde mental mudou sua vida. Ela inclusive lembrou como é importante diminuir o ritmo de trabalho em alguns momentos.
"É algo que transformou a minha vida. Eu tenho essa conversa sempre muito aberta comigo. De ter a sensibilidade de saber que tem dia que a gente não está bem. E está tudo bem assim. A gente pode, se a gente tem o privilégio de dizer: 'hoje, eu vou mais leve'. A gente não é robô, não é IA. Tem momentos na minha vida que eu falo: 'Será que hoje eu posso respirar, ir dormir um pouco mais, ter esse cuidado comigo?'. E não ouvir tanta cobrança externa. Eu acho que o segredo é esse: é você estar bem consigo mesma, cuidar do seu corpo e mente", ensinou Jade
"É como se todos os dias você quisesse construir um castelo da saúde mental, todo dia você tem que colocar um tijolinho lá (...) Eu estou a todo momento muito exposta a opiniões, críticas, as pessoas olhando o que eu estou fazendo, a carga que vem dos meus trabalhos e empresas. Então eu gosto de dizer que se eu não estiver bem nada consegue ser feito. E eu não vou estar feliz fazendo o que eu estou fazendo", completou.
Dicas para o sucesso nas redes
Durante o painel 'Além do feed: Construindo uma marca pessoal duradoura', Jade falou para uma plateia de empreendedores e amantes da tecnologia que estavam no Web Summit. Ela lembrou seu início de carreira nas redes sociais com 11 anos e a explosão que aconteceu quando chegou ao público da TV aberta.
"Eu nasci na internet, criei meu Instagram quando tinha 11 anos. Eu cresci nesse universo, e a TV aberta pra mim foi um divisor de águas. Eu tinha um nicho, um grupo de pessoas que me acompanhava na internet, era o meu universo. A partir do momento que você entra em um lugar com esse alcance nacional, vira o jogo", disse.
"Foi ótimo pra minha carreira, mas agora não te acompanha só quem gosta de você. Na internet está lá a pessoa que quer te seguir, mas quando você entra na casa do povo brasileiro é uma outra história que você tem que se adaptar. Isso gera muitos rótulos. Pra mim são duas coisas que cabem lado a lado na minha vida, tanto a internet, como a TV", explicou Picon.
Rio é capital da tecnologia na 3ª edição da Web Summit
Mesmo com apenas 23 anos, a carreira da atriz dará mais um passo importante nos próximos meses com a estreia no cinema como uma das protagonistas do filme “5 Julias".
A história fala um pouco sobre as novas preocupações do mundo atual, pois gira em torno de cinco garotas que tem seus maiores segredos revelados após o vazamento de suas mensagens na internet.
"Hoje eu me vejo atuando em três frentes: como atriz, como empreendedora e influenciadora, que é de onde eu vim. Esse ano eu estou muito feliz com o lançamento do meu primeiro filme no cinema. Como atriz, como Julia, que é minha personagem. (...) Acredito que eu me encontrei nesses três lugares, que é onde eu quero me dedicar, concentrar meus estudos e minhas forças para conseguir evoluir cada vez mais", contou.
O jornalista e influenciador Hugo Gloss também reforçou durante a apresentação no Web Summit que as pessoas que estão se desenvolvendo na internet não devem buscar a perfeição.
"Acho que já se foi o tempo da perfeição. Hoje os conteúdos são muito mais personalizados e nichados. As pessoas querem coisas viáveis. Quanto mais for uma coisa possível, mais rápido você cresce", orientou Gloss.
Ele deu outras dicas para quem quer seguir esse caminho e aumentar seu espaço nas redes sociais.
"Não necessariamente aquilo que você faz sempre vai continuar dando certo. Não se limitar a sua bolha. Busque onde você pode achar uma entrada para você crescer mais. Eu acho que encontrar o seu próprio modelo de negócio e qual vai servir pra você", disse.
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O apagão histórico na Península Ibérica expôs os pontos fortes e fracos de um sistema elétrico mal conectado ao resto do continente europeu. A Península Ibérica, onde ficam Portugal e Espanha, à noite, vista do espaço
Nasa via BBC
O grande apagão que deixou milhões de pessoas na Espanha e em Portugal sem energia na segunda-feira (28/04) destacou a situação única de seus sistemas elétricos.
Os dois países da Península Ibérica formam o que os especialistas chamam de "ilha energética", com pouca conexão com o resto da Europa.
Na segunda-feira, a rede elétrica na Espanha e em Portugal entrou em colapso por motivos ainda sob investigação, privando moradores de energia e outros serviços essenciais, como transporte ferroviário, telecomunicações e atividades comerciais por horas.
Embora a energia já tenha sido restaurada, o incidente serviu para destacar as especificidades do sistema elétrico da Península Ibérica, cuja autonomia tem implicações positivas e negativas.
ENTENDA: As possíveis causas para apagão em Portugal e na Espanha
Espanha investiga se falha no sistema de energia solar provocou apagão
Como funciona a 'ilha energética' ibérica?
Espanha e Portugal compartilham um sistema elétrico altamente integrado que forma uma "ilha energética". Embora ambos os países não estejam geograficamente isolados, eles têm capacidade muito limitada de importar ou exportar eletricidade para seus vizinhos.
A taxa de interconexão da Península Ibérica com os demais países é de aproximadamente 2%, segundo a operadora espanhola Redeia, bem abaixo dos 10% recomendados pela União Europeia para 2022 e da meta de 15% para 2030.
Barragem hidrelétrica de Aldeadavila, no rio Douro, na fronteira entre Espanha e Portugal
Getty Images via BBC
Este baixo nível de conectividade deve-se, em parte, à sua localização geográfica no canto sudoeste da Europa, com a cordilheira dos Pireneus servindo de barreira natural entre Espanha e França, além dos obstáculos técnicos e políticos ao aumento da capacidade das ligações com a França ou com o Marrocos, por mar no sul.
"Temos conexões muito limitadas com o Marrocos. A única conexão significativa que temos é com a França, e ela é recente. Nesse sentido, somos uma ilha energética", explica Carlos Gutiérrez Hita, professor do Centro de Pesquisa Operacional da Universidade Miguel Hernández, na Espanha.
Apesar deste isolamento, a península tem uma vasta rede interna compartilhada, permitindo uma estreita coordenação entre os dois países, gerida pelo Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL), onde portugueses e espanhóis compram e vendem eletricidade diariamente.
Gutiérrez Hita descreve o MIBEL como "uma plataforma gigantesca com todas as informações de licitações para usinas e empresas".
"A plataforma classifica essas ofertas para criar a função de fornecimento e também coleta previsões de demanda dos distribuidores, muitos dos quais também são geradores", explica ele.
A eletricidade flui pela Península Ibérica em um sistema único integrado
Getty Images via BBC
Graças a esse modelo conjunto, a energia flui livremente entre Espanha e Portugal, e o preço é quase sempre o mesmo em todas as regiões de ambos os países: "Se em algum momento o preço estiver muito alto em Portugal, ele é um pouco flexibilizado com as interligações de energia da Espanha", diz o professor.
Este sistema tem limitações quando ocorrem eventos extremos, como o apagão de grandes proporções da última segunda-feira, já que, em caso de emergência, a capacidade limitada de importação de energia elétrica obriga os dois vizinhos a recorrerem a recursos próprios para resolver a situação.
Mas o sistema também tem certas vantagens.
MEMES: Apagão de energia na Espanha e em Portugal viraliza nas redes
As vantagens
O fato de Espanha e Portugal formarem uma "ilha energética" trouxe benefícios nos últimos anos, especialmente em tempos de crise.
Um exemplo claro foi o chamado "mecanismo ibérico", aprovado pela União Europeia em 2022 após o início da guerra na Ucrânia e a interrupção do fornecimento de gás russo.
O apagão de segunda-feira deixou milhões de pessoas sem eletricidade
Reuters
Graças ao seu status excepcional como um sistema mal interconectado, a Península Ibérica recebeu aprovação para limitar temporariamente o preço do gás usado na geração de eletricidade, o que ajudou a conter os preços do mercado atacadista e a proteger tanto os consumidores quanto as indústrias com uso intensivo de eletricidade.
Além disso, embora a insularidade energética limite a capacidade de receber ajuda externa em momentos críticos, ela também promoveu um modelo mais autossuficiente, eficiente e resiliente, pelo menos em condições normais de operação.
No momento do apagão de 28 de abril, mais de 75% do consumo de eletricidade da Espanha veio de fontes renováveis, segundo dados da Redeia, que classifica o sistema ibérico como um dos mais verdes do mundo.
Carlos Gutiérrez Hita enfatiza que, devido à sua autonomia, Espanha e Portugal foram forçados a desenvolver um sistema mais versátil, variado e poderoso.
"Temos mais usinas de combustíveis fósseis, usinas de ciclo combinado, algumas usinas a carvão, embora ainda existam muito poucas, usinas eólicas e fotovoltaicas mais versáteis espalhadas pelo país, e algumas usinas nucleares. Tudo isso permite mais opções", ressalta o especialista.
Gutiérrez Hita destaca que a Península Ibérica tem capacidade para gerar muito mais energia do que consome, "especialmente energia renovável, que inclusive foi injetada a preços negativos".
A Espanha é uma potência em energia renovável graças, em parte, à sua necessidade de autossuficiência
Getty Images via BBC
Além disso, a coordenação entre Espanha e Portugal permite a otimização do uso dos recursos energéticos com base no preço e na procura.
"Se o mercado for menor, você terá menos espaço para distribuir energia. Nessa perspectiva, ter um sistema conjunto é muito melhor", acrescenta.
Olhando para o futuro, essa configuração também abre as portas para que Espanha e Portugal se tornem exportadores de energia limpa, desde que a capacidade de suas interconexões com a Europa seja aumentada.
As desvantagens
O apagão de segunda-feira evidenciou um dos maiores riscos de Espanha e Portugal se tornarem uma ilha energética: a dificuldade de receber apoio externo em caso de emergência.
Quando o colapso ocorreu, as interconexões com a França foram automaticamente interrompidas como precaução, e o sistema ibérico teve que ser amplamente restaurado por seus próprios meios.
"Assim que a França detectou que havia transferências de energia muito grandes, ela as interrompeu por precaução", explica o professor Carlos Gutiérrez Hita.
Com quase nenhuma importação de eletricidade da França e do Marrocos, o sistema ficou sem reserva, embora, após o apagão, ambos os países tenham enviado eletricidade para a península para ajudar a restaurar o fornecimento.
"Em um momento difícil, essas coisas podem acontecer: você pode ter uma queda de energia porque ninguém pode tomar o seu lugar", diz o especialista.
O apagão de segunda-feira forçou o fechamento de empresas na Espanha e em Portugal
Getty Images via BBC
Outro fator de vulnerabilidade é a intermitência das energias renováveis: embora sejam limpas e abundantes, sua produção depende de fatores meteorológicos, o que exige tecnologias capazes de compensar picos e quedas bruscas.
Por outro lado, as tentativas de fortalecer a interconexão elétrica com a Europa enfrentam há anos a oposição da França, que possui uma grande rede de usinas nucleares e, segundo alguns analistas, teme que o aumento das conexões com a Península afete sua posição no mercado.
Embora existam planos em andamento para novas ligações entre os Pireneus e o Golfo da Biscaia, sua construção tem sido lenta e dificultada pela oposição de certos setores.
Diante dessa situação, especialistas como Gutiérrez Hita insistem na necessidade urgente de investir em baterias, redes inteligentes e sistemas de armazenamento que permitam uma melhor gestão do grande excedente de energia renovável na Península Ibérica.
"É viável, mas a um custo alto. O grande desafio tecnológico é fazer baterias mais baratas, que durem mais e poluam menos ao final da vida útil", afirma.
Isso permitiria que famílias e comunidades com seus próprios sistemas de energia solar reduzissem sua dependência do sistema centralizado, o que aliviaria a pressão na rede geral e aumentaria o excedente para consumo e exportação.
No entanto, o especialista ressalta que, para isso, é essencial que Espanha e Portugal superem o isolamento elétrico e que a União Europeia considere esta questão uma prioridade estratégica.
Fim do apagão na Espanha e Portugal? Entenda
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Presidente dos EUA descreveu o empresário como 'muito amável' e 'fantástico'. 'Resolveu o problema muito rapidamente e é uma boa pessoa', disse. Donald Trump
REUTERS/Nathan Howard
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (29) que o fundador da Amazon, Jeff Bezos, "fez o correto" ao bloquear um plano do site de comércio eletrônico de mostrar aos consumidores o quanto os impostos afetam o preço final dos produtos.
Horas antes, o porta-voz da Amazon, Tim Doyle, desmentiu uma reportagem do veículo de comunicação americano Punchbowl News que dizia que a empresa começaria a mostrar "o quanto as tarifas de Trump aumentam o preço de cada produto". A notícia gerou tensão com a Casa Branca.
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Veículos de comunicação americanos reportaram que Trump entrou em contato com Bezos para discutir o assunto. Ao sugerir a confirmação dessa conversa, o presidente descreveu o empresário como "muito amável" e "fantástico". "Resolveu o problema muito rapidamente e é uma boa pessoa."
"A equipe por trás da nossa loja de preços ultrabaixos Amazon Haul considerou incluir os custos de importação em alguns produtos. Isso nunca foi aprovado e não acontecerá", disse Tim Doyle, porta-voz da Amazon.
"Esse é um ato hostil e político da Amazon. Por que ela não fez isso quando o governo Biden elevou a inflação ao nível mais alto em 40 anos?", havia criticado antes a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Donald Trump completa 100 dias de governo nos EUA
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Anúncios fraudulentos aproveitaram desinformação sobre Pix e usaram imagens de políticos; AGU afirma que fraude poderia ter sido evitada e pede a devolução dos lucros obtidos com a veiculação desses anúncios. Logo da Meta, controladora do Facebook, em foto tirada em 28 de outubro de 2021
Justin Sullivan / Getty Images North America / Getty Images via AFP
O governo entrou com um processo contra a Meta para barrar o uso de símbolos oficiais e imagens de autoridades em golpes divulgados no Facebook e no Instagram (controlados pela empresa).
A iniciativa partiu da Advocacia-Geral da União (AGU), que entrou com a ação nesta segunda-feira (28).
Segundo a AGU, ao menos 1.770 anúncios enganosos foram publicados nessas redes sociais entre os dias 10 e 21 de janeiro, com o objetivo de enganar usuários.
Os golpes simulam programas do governo, utilizam logotipos oficiais, nomes de órgãos públicos e imagens manipuladas por inteligência artificial de figuras políticas para dar credibilidade às fraudes.
As fraudes prometiam, por exemplo, o depósito de valores via Pix, mas exigiam o pagamento de uma taxa falsa. Os golpistas se aproveitaram de uma onda de desinformação sobre o sistema de pagamentos para enganar as vítimas.
A ação tem como base dados revelados em fevereiro por um estudo do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da UFRJ (NetLab).
UFRJ aponta epidemia de golpes com PIX nas redes
Falhas na moderação e pedido de indenização
A AGU afirma que os anúncios tinham erros grosseiros, como nomes de programas inexistentes e padrões gráficos diferentes dos usados pelo governo, e que poderiam ter sido facilmente identificados se houvesse uma análise adequada por parte da plataforma.
Mais especificamente, a ação foi movida contra a empresa Facebook Brasil, responsável pela publicidade das plataformas da Meta no país.
O governo pede que a Meta indenize a sociedade por danos morais coletivos e devolva os valores ganhos com a veiculação dos anúncios fraudulentos, com os recursos destinados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. Além da adoção de medidas mais eficazes de verificação de anúncios.
Ao g1, a Meta disse que não vai comentar o assunto.
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Aplicativo, que ainda não está disponível no Brasil, foi apresentado por Mark Zuckerberg no Instagram. Aplicativo Meta AI
Divulgação/Meta
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, lançou, nesta terça-feira (29), seu primeiro aplicativo de assistente com inteligência artificial (IA), para disputar espaço com o ChatGPT.
O app Meta AI foi apresentado pelo CEO Mark Zuckerberg em um vídeo no Instagram e já está disponível nas lojas de apps nos Estados Unidos. Ainda não há previsão de lançamento no Brasil, segundo a empresa (veja mais abaixo).
Além de responder às necessidades dos usuários, o app também permitirá que eles criem e compartilhem suas publicações de IA, assim como ocorre nas outras redes sociais do grupo.
"Um bilhão de pessoas já usam a inteligência artificial da Meta por meio de nossos aplicativos", disse Zuckerberg, convidando as pessoas a testar o que ele chamou de "novo aplicativo independente" de IA da Meta.
Segundo ele, o aplicativo foi projetado "para ser sua inteligência artificial pessoal" e deve funcionar principalmente por comandos de voz, com interações adaptadas a cada usuário.
Initial plugin text
O lançamento do Meta AI ocorre em um momento em que a Open AI lidera o mercado de assistentes de IA generativos com o ChatGPT, que recebe atualizações frequentes.
"Começaremos de forma bem básica, com apenas um pouco de contexto sobre seus interesses", acrescentou o CEO. "Mas, com o tempo, você poderá permitir que a Meta AI aprenda muito mais sobre você e as pessoas que você ama, por meio de nossos aplicativos."
O novo aplicativo também substitui o Meta View, que era usado para configurar os óculos inteligentes Ray-Ban Meta e integrava as conversas entre os óculos, o aplicativo móvel e as interfaces de desktop, disse a empresa.
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Sem previsão de lançamento no Brasil
Questionada pelo g1, a Meta informou que ainda não tem previsão de lançamento do app Meta AI no Brasil.
"Estamos trabalhando para levar a Meta AI e recursos como multimodalidade, voz e personalização para mais pessoas ao redor do mundo, mas hoje ainda não temos novidades para compartilhar sobre o cronograma", diz a empresa.
"Essa expansão está acontecendo de forma gradual. Estamos adotando uma abordagem cuidadosa em cada região para garantir a melhor experiência para os usuários."
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Iniciativa é da Dataprev, estatal de tecnologia que gerencia dados de inscritos no INSS e em programas de assistência social. Empresa estatal Dataprev administra dados da Previdência Social e de programas sociais, como Benefício de Prestação Continuada (BPC
Reprodução
A Dataprev, empresa estatal de tecnologia que gerencia dados de milhões de pessoas, anunciou nesta terça-feira (29) um projeto para permitir que brasileiros "vendam" seus dados para empresas em troca de dinheiro.
A Dataprev gerencia dados de aposentados e pensionistas do INSS e de programas de assistência social, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A ideia é que os titulares tenham controle sobre seus dados e possam obter lucro com eles, segundo afirmou o presidente-executivo da estatal, Rodrigo Assumpção, no Web Summit Rio.
"Estamos prontos para começar uma iniciativa que certificará os dados referentes a esses contratos e permitirá que os dados sejam monetizados", afirmou Assumpção.
De acordo com ele, o projeto prevê que o titular dos dados possa interromper o compartilhamento de suas informações a qualquer momento.
A iniciativa está em fase de estudos, mas o chefe da Dataprev diz acreditar que, no início, não deverá existir uma opção para empresas identificarem pessoas específicas em um conjunto de dados.
"Acredito que o uso desses dados será menos para identificar indivíduos e mais para identificar tendências de mercado", afirmou ele.
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Quem está por trás do projeto?
Segundo Rodrigo Assumpção, o projeto está sendo realizado pela DrumWave, empresa americana que afirma "ajudar empresas e consumidores a gerenciar e se beneficiar de seus dados".
A empresa foi representada no Web Summit por Brittany Kaiser, integrante do seu conselho conhecida por revelar detalhes do escândalo da Cambridge Analytica, em 2018.
O caso envolveu a manipulação de dados de milhões de pessoas para ajudar a eleger Donald Trump em 2016 e interferir no referendo do Brexit, que culminou na saída do Reino Unido da União Europeia, no mesmo ano.
Como deve funcionar?
Hoje, a Dataprev já intermedeia contratos de empréstimo consignado entre instituições e beneficiários do INSS. Agora, a ideia é desenvolver um sistema para que os dados pessoais incluídos nesses contratos sejam usados por terceiros.
"Haverá uma opção para o indivíduo autorizar que os dados referentes a este contrato sejam colocados em uma carteira de dados e fiquem disponíveis para monetização", explicou Assumpção.
Na sequência, o conjunto de dados liberados por uma pessoa seria oferecido para empresas.
"Haverá uma carteira de dados ao lado da carteira de previdência social, que vai gerar receita por meio dos dados", afirmou Brittany, em entrevista ao g1.
"Ao receber ofertas de terceiros que queiram licenciar seus dados, o titular poderá aceitá-las ou recusá-las, compartilhar seus dados e receber pagamentos nessa carteira", acrescentou.
Ainda não é possível saber quanto o titular poderá ganhar com o compartilhamento de suas informações, mas, segundo a DrumWave, a expectativa é que essa prática funcione como um complemento de renda.
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Ministro Luís Roberto Barroso participou de forma remota de um painel do Web Summit Rio 2025. Barroso também falou sobre a possibilidade de substituição parcial dos juízes por IA e do 'embate com o extremismo' no Brasil. O ministro Luís Roberto Barroso participou de forma remota de um painel do Web Summit Rio 2025, um dos maiores eventos de tecnologia do planeta.
Raoni Alves / g1 Rio
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta terça-feira (29), durante o Web Summit Rio 2025, que um dos principais desafios para a regulação das ferramentas de IA e outras inovações no Brasil é a velocidade da evolução tecnológica.
Em sua fala durante o evento, Barroso lembrou sobre a rápida disseminação das ferramentas de tecnologia atuais em comparação com recursos menos modernos, como o telefone fixo e a internet.
"A regulação da IA, como tudo em tecnologia, mas especialmente a inteligência artificial, enfrenta as dificuldades da velocidade das transformações do mundo atual. A velocidade da transformação dificulta em ampla medida essa regulação", comentou Barroso.
"O telefone fixo, por exemplo, levou 75 anos para chegar a 100 milhões de usuários. O telefone celular levou 16 anos para chegar a 100 milhões de usuários. A internet levou 7 anos. Já o ChatGPT, que é uma versão comercial importante de IA generativa, chegou em 100 milhões de usuários em 2 meses", disse o ministro do Supremo.
Na opinião do presidente do STF, os avanços possíveis no momento são em relação a proteção de direitos fundamentais, liberdade de expressão e fortalecimento da democracia, por exemplo.
"Essa é a velocidade da transformação do mundo contemporâneo, de modo que, a gente tem que regular um fenômeno que a gente olha para frente e não consegue ver com clareza o que vai acontecer no futuro muito próximo", argumentou.
"Tudo que você consegue fazer é regular o meio de grandes princípios de proteção de direitos fundamentais, liberdade de expressão, liberdades individuais, proteção da democracia contra a desinformação massificada, contra os discursos de ódio e os ataques a democracia", acrescentou Barroso.
STF em defesa da democracia
O presidente do STF foi um dos destaques do Web Summit Rio 2025, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo. Ele participou de forma remota, direto da capital dos Estados Unidos, do painel 'Tecnologia, verdade e a constituição'.
Rio recebe até quarta o Web Summit, maior evento de tecnologia do mundo
Ao lado de Ronaldo Lemos, fundador do ITS Rio e membro do Conselho de Supervisão Independente da Meta, o ministro do STF também falou sobre o papel da Justiça brasileira no combate a desinformação.
Barroso citou o papel das instituições oficiais e da sociedade civil em defesa da democracia. Segundo ele, o Brasil viveu uma "situação muito peculiar".
"O Brasil, diferente de outros lugares do mundo, teve um embate muito relevante com o extremismo, com ameaça de golpe de estado. E o STF teve um protagonismo ao lado da sociedade civil e da imprensa, parte da classe política, de oferecer resistência a utilização das plataformas digitais com o ímpeto destrutivo dessas instituições para a preparação para um golpe de estado", comentou.
"Foi uma situação muito peculiar. Mas a liberdade de expressão é um valor fundamental na democracia e é preciso preservá-la com a maior intensidade possível. Mas é possível evitar também que o mundo desabe em um abismo de incivilidade com a destruição das instituições e a garantia dos direitos fundamentais", disse Barroso.
Substituição parcial de juízes por IA
Durante o painel, o presidente do STF também comentou sobre a utilização de novas tecnologias no trabalho da corte suprema do país.
Segundo Barroso, o STF já utiliza três ferramentas de inteligência artificial no dia a dia de suas atividades. Para reforçar a importância dessa adesão tecnológica, o juiz lembrou do grande volume de processos em andamento no Brasil.
"Com o volume de processos que existe no Brasil, a ferramenta de IA se tornou primordial. O Brasil talvez seja um dos recordistas mundiais em número de processos em andamento. Em dezembro, nós tínhamos 83,8 milhões de processos. Considerando a população adulta em torno de 160 milhões, se a estatística fosse uma ciência fácil, nós poderíamos dizer que um a cada dois adultos está em juízo", argumentou.
"Nós temos ferramentas de inteligência artificial no Supremo. Temos a Victor, que identifica quais os casos que tem precedente. Temos a Victória, que agrupa os assuntos que chegam por tema. (...) E mais recentemente, a Maria, que recebe processos com 20 volumes e transforma aquilo em um resumo básico de 5 páginas. Nós utilizamos intensamente como ferramenta auxiliar ao trabalho do Supremo", explicou Barroso.
Perguntado se no futuro os juízes poderiam ser substituídos por ferramentas de IA para a tomada de decisões judiciais, o ministro disse que a substituição total não deve acontecer.
"Acho que substituição a curto prazo não ocorrerá. A Inteligência Artificial vai ser uma importante ferramenta auxiliar, inclusive para preparar uma primeira versão de uma decisão, uma primeira minuta. Ou tomar decisões de rotina, de mero impulso processual. Mas acho que nesse momento, em nenhuma hipótese, se pode dispensar a supervisão de um juiz e a responsabilidade de um juiz em uma decisão", comentou.
Contudo, Barroso acredita que a IA pode dar decisões mais simples, de 1° instância, onde os interessados ainda poderiam recorrer da decisão.
"Eu não considero distante no tempo, a possibilidade de, ao menos as questões mais simples, possam ter uma primeira instância decidida por inteligência artificial, sempre com a possibilidade de recurso para uma supervisão humana", disse.
"Eu não vejo com preocupação maior o uso da IA. Vejo que ela vai se tornando cada vez mais indispensável para uma boa prestação de Justiça", completou.
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Nova tecnologia será testada, inicialmente, apenas por profissionais do setor, e promete integrar definitivamente a TV aberta à economia digital. Globo inaugura transmissão experimental da DTV+, que deve revolucionar a TV aberta
A Globo lançou nesta terça-feira (29) a primeira estação privada de TV 3.0 do país, tecnologia que será conhecida no Brasil como Digital Television+ (DTV+) e promete transformar a experiência da TV aberta.
A novidade marca o início das transmissões experimentais com a nova tecnologia de sinal digital, que deve ser disponibilizada comercialmente a partir de 2026.
Instalada no Pico do Sumaré, no Rio de Janeiro, a estação tem potência média e cobre áreas da Zona Sul e da Barra da Tijuca. Nesta fase inicial, o acesso será restrito a profissionais do setor, que utilizarão dispositivos selecionados equipados com protótipos de receptores DTV+.
Estação-piloto DTV+ da Globo
Reprodução
TV 3.0 é o próximo passo da televisão brasileira, diz diretor da TV Globo no Rio Web Summit
Com licença temporária concedida pelo Ministério das Comunicações e pela Anatel, a estação funcionará como centro de testes científicos e experimentais. A partir dela, serão avaliados novos modelos de conteúdo e arquitetura do sistema, acelerando o desenvolvimento da indústria.
Entre os avanços da DTV+, estão melhorias na qualidade de imagem — com suporte a 4K HDR —, áudio imersivo e personalizado, além de recursos interativos, como quizes, compras via controle remoto e publicidade segmentada geograficamente (veja mais abaixo). Tudo isso mantendo a gratuidade da TV aberta.
DTV+ vai permitir interação com o conteúdo exibido.
g1
Inicialmente, para acessar o sinal, será necessário usar um conversor e uma antena (veja na imagem abaixo), mostrados no evento de lançamento.
Conversor (à esq) e antena para captação do sinal da DTV+
g1
"A DTV+ é mais um passo rumo ao futuro. Ela fortalece a vocação da TV aberta brasileira, respeita a sua história e amplia o seu papel", afirmou Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, no evento de lançamento.
Nesta reportagem, você saberá:
DTV+: o novo nome da TV 3.0
As vantagens da DTV+ (TV 3.0)
Depende de internet?
Preciso trocar de televisão?
Quanto vai custar o conversor?
DTV+: o novo nome da TV 3.0
A primeira televisão, analógica e com imagens em preto e branco, ficou conhecida como 1.0. Anos depois, surgiu a TV 2.0, com imagens em cores e conectividade à internet.
Agora, a TV 3.0 representa o próximo patamar da televisão digital e, segundo especialistas, entregará mais interatividade, personalização e qualidade de imagem e som (entenda mais abaixo).
Em agosto de 2024, o Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre anunciou o novo nome da TV 3.0 no país, que passou a se chamar Digital Television+ (DTV+).
DTV+: o que é TV 3.0, que oferece melhor qualidade de imagem e recursos interativos
As vantagens da DTV+ (TV 3.0)
🖼️ Melhores imagens: o usuário poderá assistir a conteúdos da TV aberta com mais definição, brilho e contraste, em qualidade 4K e até 8K.
📺 Canais: a tecnologia permite que os canais de TV sejam semelhantes a aplicativos. "Em vez de ficar passando de canal em canal, você terá o aplicativo de cada emissora, algo mais próximo do que já vemos hoje nas Smart TVs", diz Wilson Diniz, secretário de Comunicação Social Eletrônica do Ministério das Comunicações.
🔈Som imersivo: a nova tecnologia oferece uma experiência sonora envolvente, com qualidade de cinema, de acordo com especialistas.
📣 Personalização da publicidade: assim como já acontece nas redes sociais, as emissoras poderão segmentar ainda mais os anúncios, entregando opções personalizadas. "Se a pessoa quer trocar de carro, será possível exibir propagandas que falem diretamente com quem está em busca de um novo veículo," explica Leonora Bardini, diretora de programação da TV Globo.
⚡Interatividade: o público poderá interagir com conteúdos da TV aberta, como votar em enquetes e até comprar produtos exibidos ao vivo.
"Assim que ligar e se logar, a TV já vai te conhecer, saber seus gostos e oferecer uma combinação de conteúdo e publicidade. É uma TV personalizada, feita exclusivamente para cada pessoa", diz Leonora Bardini.
Depende de internet?
Não será necessária conexão à internet para usufruir das vantagens da TV 3.0, explica Wilson Diniz. "A qualidade de imagem 4K, 8K e o som imersivo estarão disponíveis, mesmo que o usuário não tenha conexão", garante.
No entanto, conectar a TV à internet permite uma experiência mais completa, ampliando as possibilidades de interatividade e personalização, segundo especialistas.
Por exemplo, será possível comprar a mesma roupa que o ator usa na novela ou o bolo que acabou de aparecer no programa de culinária. Além disso, você poderá votar para eliminar um participante de um reality show — tudo diretamente pela televisão.
"Em um jogo entre Brasil e Argentina, a TV já saberá que você é torcedor do Brasil e proporcionará uma experiência completa que dialoga com a sua seleção ou time do coração," exemplifica Leonora.
"Isso será possível porque você já informou o seu time ao acessar o ge.globo, por exemplo. Tudo estará sincronizado," completa a executiva.
Preciso trocar de televisão?
Assim como ocorreu na transição do sinal de TV analógico para o digital, inicialmente será necessário adquirir um conversor para usufruir da experiência da DTV+. A expectativa é que, no futuro, os novos televisores já venham de fábrica com suporte à nova tecnologia.
Wilson Diniz afirma que as fabricantes fazem parte do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre e estão envolvidas nas discussões da DTV+ desde o início, justamente para preparar o mercado.
"Estamos estudando formas de incentivar a adoção da tecnologia, inclusive com incentivos fiscais para os fabricantes que já adotarem a TV 3.0", completou.
Quanto vai custar o conversor?
Por enquanto, existem apenas protótipos dos conversores de TV 3.0, por isso ainda não é possível definir os preços para o consumidor, conforme explicou o Ministério das Comunicações ao g1.
O governo ainda não confirmou se os equipamentos serão distribuídos, mas há discussões sobre a possibilidade de entrega gratuita para famílias de baixa renda, similar ao que ocorreu na expansão do sinal digital.
Enquanto isso, a Globo está realizando testes, exibindo alguns recursos da DTV+ em regiões específicas, tanto em aparelhos conectados ao sinal broadcast (antena) quanto no Globoplay.
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Valor mínimo por entrega será de R$ 7,50 aos trabalhadores que utilizam carro ou moto. Para os que usam bicicleta, taxa será de R$ 7. Valores estão abaixo do que os R$ 10 pedidos pela categoria. Entregadores de aplicativo trabalham no centro do Rio de Janeiro.
Fernando Frazão/Agência Brasil
O iFood anunciou nesta terça-feira (29) que irá aumentar em até 15% a taxa mínima paga aos entregadores da plataforma de delivery. As mudanças, que entram em vigor no dia 1º de junho, são as seguintes:
os trabalhadores que fazem entregas utilizando carro ou moto passarão a receber um valor mínimo de R$ 7,50 por entrega, 15,4% acima dos atuais R$ 6,50.
já os que utilizam bicicleta passarão a receber a taxa mínima de R$ 7, aumento de 7,7% em relação aos mesmos R$ 6,50 pagos hoje.
O reajuste foi anunciado em um momento em que entregadores fazem uma série de protestos por melhores condições de trabalho nos apps de entrega. Entre as principais reivindicações está uma taxa mínima de R$ 10 — maior que os valores anunciados.
Além da elevação das taxas, o iFood anunciou mudanças na sua cobertura de seguro social. Entre elas:
o aumento da Diária de Incapacidade Temporária (DIT), de 7 para 30 dias;
e a elevação da indenização por morte ou invalidez total, de R$ 100 mil para R$ 120 mil.
Segundo a empresa, as mudanças nos benefícios e na remuneração dos entregadores não vão impactar valores cobrados de clientes e restaurantes parceiros.
Reajuste nas taxas
Em entrevista ao g1, o diretor de impacto social do iFood, Johnny Borges, destacou que os reajustes são superiores à inflação de 2024 medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que foi de 4,83% no período.
"Desde 2021, quando começamos a definição da taxa mínima a R$ 5,31, até 2025, com esse aumento para R$ 7,50, temos um aumento acumulado de 41,2% na taxa dos entregadores", diz Borges.
Os números, no entanto, não têm agradado os entregadores. Eles pedem por uma taxa mínima de R$ 10, além de um reajuste no valor fixo pago por quilômetro rodado, que hoje é de R$ 1,50. Nas mais recentes manifestações, os entregadores pedem uma elevação para R$ 2,50.
Mas a empresa afirmou que o valor por distância percorrida não será alterado agora. O último reajuste ocorreu em 2022, explica Borges, quando subiu de R$ 1 para o valor atual. "Foi fruto de diálogo com a categoria no primeiro fórum que realizamos."
"Hoje, reunir esforços para o aumento bem acima da inflação da taxa mínima do pedido faz com que, automaticamente, você tenha um acréscimo de ganho real na vida dos entregadores, diz.
Mudanças no seguro social
O iFood também anunciou a ampliação de sua cobertura de seguro pessoal, disponível desde 2019 aos entregadores ativos na plataforma.
Uma das mudanças é na Diária da Incapacidade Temporária (DIT), acionada em caso de atestado médico. A cobertura, antes de 7 dias, passará a ser de 30 dias a partir de 1º de junho. Na prática, esse será o período máximo em que a plataforma irá pagar ao entregador afastado por motivos de saúde.
"A indenização mínima será de R$ 300 e a máxima, de R$ 1.500", diz Borges, do iFood. "Essa indenização é baseada na média do ganho dele nos últimos três meses."
"Se o entregador fez três corridas e a média dele deu R$ 100, o mínimo pago a ele vai ser de R$ 300. Agora, se for um entregador frequente na plataforma, vai ganhar R$ 1.500, que é o teto", exemplifica.
Além disso, a plataforma anunciou:
aumento no valor de indenização para casos de morte ou invalidez total, de R$ 100 mil para R$ 120 mil.
reembolso ou cobertura total de despesas médicas e hospitalares em rede credenciada;
em situações de falecimento do entregador, disponibilização de auxílio funeral, apoio emocional e financeiro para as famílias;
além de ajuda com a educação dos filhos até os 18 anos.
Segundo o iFood, os novos valores de indenização valem para acidentes que ocorreram a partir de dezembro de 2024.
As principais reivindicações dos entregadores
Em suas manifestações recentes, motoristas e entregadores de aplicativos têm reclamado da precarização das condições de trabalho. As exigências ficam em torno de reajuste nas remunerações e ampliação dos direitos da categoria.
Entre as principais reivindicações da categoria estão:
estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida de até 4 km;
aumento do valor pago por quilômetro rodado para R$ 2,50;
limitação das entregas realizadas por bicicletas a um raio máximo de 3 km;
pagamento integral por cada pedido, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota;
fim dos bloqueios injustificados por parte das plataformas, com garantia de direito à defesa;
implementação de seguro contra acidentes, roubos e mortes;
criação de bases de apoio para descanso e alimentação.
Os atos, como um realizado na última sexta-feira (25), no Rio de Janeiro, buscam pressionar os apps e chamar a atenção das autoridades para a necessidade de regulamentação do trabalho por aplicativos, dizem os organizadores.
As manifestações ocorrem em meio a críticas às práticas das plataformas, que, segundo os entregadores, impõem jornadas exaustivas, remunerações insuficientes e falta de garantias trabalhistas.
A situação é observada em publicações como o relatório “Fairwork Brasil 2023: Ainda em Busca de Trabalho Decente na Economia de Plataformas”, que atribuiu, nos últimos anos, notas baixas para condições de trabalho em apps de tecnologia.
Por que reajuste foi menor para bicicletas
Johnny Borges, diretor do iFood, afirmou que essa é a primeira vez que o aumento da taxa mínima para entregadores possui uma diferenciação para aqueles que utilizam bicicleta.
"Isso acontece por uma questão de custos do entregador de moto e de carro. Então, há gastos com gasolina, manutenção do veículo, que são maiores do que para o entregador de bicicleta", diz.
"O entregador de bicicleta faz muitas rotas curtas, de até 4 quilômetros, que contemplam a taxa mínima", acrescenta. Foi em janeiro deste ano que a plataforma iniciou uma padronização de distâncias para aqueles que utilizam bicicleta.
Apesar de entregadores pedirem por trajetos de até 3 quilômetros, o limite atual é de 4 quilômetros. "Em casos pontuais, as distâncias podem ser maiores, devido a particularidades regionais", informou, em nota, o iFood.
Borges, diretor da plataforma, defende que uma limitação a 3 quilômetros por pedido poderia resultar na redução da oferta de corridas para essa categoria — o que, segundo ele, diminuiria automaticamente os ganhos dos entregadores.
"Se eu diminuo a quilometragem, vai cair a oferta de pedidos para eles. Isso vai acabar diminuindo o ganho mensal e diário do entregador", afirma.
Como ficam os custos ao cliente final
Segundo o diretor da plataforma, o aumento nos valores pagos aos entregadores não irá elevar o custo final aos clientes nem as taxas pagas pelos restaurantes que aparecem na plataforma.
"Hoje, nenhum custo com o acréscimo do ganho dos entregadores vai ser repassado a clientes ou a restaurantes e lojas — tanto para entregas de farmácia quanto de delivery de alimentos", diz.
Borges explica que, nesse sentido, é importante "equilibrar o ecossistema", para que não haja um choque na oferta e na demanda.
"Não adiantaria eu aumentar a taxa — que se tornaria insustentável do ponto de vista do iFood — e repassar para o cliente ou para o restaurante. Isso, de certa forma, desequilibraria a demanda e a oferta. E faria, automaticamente, os ganhos dos entregadores caírem", conclui.
Mais de 40% dos entregadores já sofreu acidente; um terço vive em insegurança alimentar
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As chamadas automáticas, conhecidas como robocalls, são disparadas por sistemas computadorizados e têm como principal objetivo atingir o maior número possível de pessoas em um curto intervalo de tempo. Robocalls: entenda como as chamadas indesejadas funcionam como 'provas de vida'
Quem nunca recebeu uma ligação indesejada? Uma oferta de telemarketing, um aviso falso de que você ganhou na loteria ou, pior ainda, um golpe. Essas chamadas têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil, onde, por mês, aproximadamente 20 bilhões de ligações são feitas, sendo 10 bilhões delas realizadas por robôs.
As chamadas automáticas, conhecidas como robocalls, são disparadas por sistemas computadorizados e têm como principal objetivo atingir o maior número possível de pessoas em um curto intervalo de tempo.
Elas duram, em média, apenas seis segundos, tempo suficiente para identificar se a linha está ativa. Para os consumidores, o efeito é irritante, já que muitas vezes, ao atender, a ligação simplesmente cai.
"Eu não sei qual é a finalidade disso", diz um morador, refletindo o desconforto de muitos. O fato de a ligação cair é, na verdade, uma técnica chamada "prova de vida".
"Se a ligação é atendida, isso indica que o dono da linha está vivo e ativo", explica Cristiana Camarate, superintendente de Relações com Consumidores da Anatel.
Isso permite que os robôs filtrem números válidos para que as empresas possam direcionar suas estratégias de marketing para consumidores ativos.
A prática é amplamente utilizada por centrais de telemarketing para reduzir o tempo gasto com chamadas que não levariam a resultados.
"Quando a gente recebe essa base telefônica, a gente tem que testar para saber se os clientes estão ativos", conta um ex-funcionário de call center. Ele revela que, a partir desse filtro, os atendentes passam a ligar apenas para números "ativos".
Ligações automáticas indesejadas, chamadas de "robocalls"
Fantástico
A empresária Rosaura Brito, de Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul, recebe entre 30 a 40 chamadas por dia. Mesmo tendo se cadastrado no site "Não Me Perturbe" da Anatel, ela continua sendo bombardeada por essas ligações automáticas.
"Eu estou trabalhando, e o telefone não para de tocar", conta. Rosaura se vê obrigada a não atender números desconhecidos, mas isso pode resultar em problemas, como o ocorrido com Gabriela Scholl, funcionária pública de Santana do Livramento, que perdeu a oportunidade de fazer um exame médico porque não atendeu a uma dessas chamadas.
Essas chamadas também afetam serviços essenciais, como hospitais.
"Já tivemos pacientes que perderam o transplante porque não atenderam o telefone", relata Jaqueline Bica, enfermeira da Santa Casa, no Rio Grande do Sul. No setor de recursos humanos, Silvana Ribeiro, gerente de RH, alerta que candidatos que não atendem às chamadas podem perder vagas de emprego.
Em janeiro e fevereiro deste ano, o Brasil registrou cerca de 24 bilhões de robocalls, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2024.
Esse fenômeno vem gerando uma série de problemas para os brasileiros. Enquanto isso, a Anatel segue combatendo as ligações abusivas. Desde 2022, a agência reduziu 222 bilhões de chamadas circulando nas redes de telecomunicações e implementa novas medidas como o sistema "Origem Verificada", que permitirá ao consumidor ver a identidade da empresa antes de atender a ligação.
Entretanto, a prática não se limita ao telemarketing. Quadrilhas do crime organizado também se aproveitam dessas tecnologias para aplicar golpes. Especialistas alertam que os criminosos frequentemente gravam palavras como "sim" ou "não" durante a conversa, que podem ser usadas para fraudar contratos.
Investigações realizadas pelo Fantástico também revelaram que empresas de telemarketing frequentemente compram listas com dados pessoais, incluindo números de telefone, e os utilizam para disparar essas ligações automáticas. "Eu me sinto invadido, é um absurdo", afirmou Matheus Arend, psicólogo de Guaíba, no Rio Grande do Sul, cujo número apareceu em uma dessas listas.
Além de ilegal, a prática de alterar o DDD das ligações para fazê-las parecerem locais também é comum e é considerada uma fraude. Isso é feito para aumentar a probabilidade de o consumidor atender à chamada, sem saber que está lidando com um sistema automatizado.
Empresas de telemarketing e especialistas em crimes cibernéticos alertam que a utilização desses sistemas é passível de punição.
José Milagre, advogado especializado em crimes digitais, destaca que, dependendo do caso, as empresas podem ser acusadas de falsidade ideológica, fraude eletrônica e até mesmo associação criminosa.
"São ligações muito autênticas, parecem reais, fazendo com que as vítimas não consigam discernir que elas estão caindo num golpe", explica. "É importante destacar que muitos criminosos vão pedir, vão forçar você a dizer palavras como sim e não, porque isso pode ficar gravado e ser utilizado contra você em outros contratos. Então jamais diga nenhuma palavra, não interaja, bloqueie esses números."
Em resposta ao aumento das robocalls, a Anatel afirma que está intensificando o combate a essas práticas. A previsão é que, com o sistema "Origem Verificada", os consumidores consigam identificar as chamadas legítimas, dando-lhes mais segurança e controle sobre as ligações que recebem.
Para aqueles que continuam sendo incomodados por essas chamadas, a recomendação é clara: bloquear os números desconhecidos e não interagir com elas. No entanto, a falta de uma solução definitiva e a continuidade das chamadas automáticas geram frustração para milhões de brasileiros que, cada vez mais, esperam um pouco de sossego.
Veja a reportagem completa no vídeo abaixo:
23 mil ligações por segundo: o Fantástico investiga como funcionam os robôs programados para tirar você do sério
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Influenciadores da machosfera movimentam milhares de reais na plataforma com conteúdo que promove ódio contra as mulheres, segundo pesquisa realizada pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) . YouTube
Rashidul Islam/Unsplash
Quando criou o blog Escreva Lola Escreva, em 2008, a professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e blogueira feminista não imaginava que dar visibilidade a casos de machismo e misoginia a colocaria no centro de uma campanha sistemática de ódio online.
Muito menos que, anos depois, esse mesmo discurso violento se tornaria altamente lucrativo.
"Desde a primeira semana de blog tinha comentários misóginos, mas não necessariamente ameaças", relata Lola, que criou seu blog para ter liberdade editorial para falar sobre feminismo, cinema, literatura, política, entre outros temas.
"Em 2010, chegou até mim um link para sites masculinistas e comunidades no Orkut. Comecei a entrar e vi que eles já falavam sobre mim enquanto eu nem sabia da existência deles."
Com o avanço da internet, esses grupos masculinistas ampliaram e diversificaram o discurso de ódio contra as mulheres e conquistaram legiões de seguidores.
Hoje, conseguem monetizar vídeos e transformam a misoginia em um negócio rentável, movimentando milhares de reais com conteúdos que pregam o controle sobre mulheres, deslegitimam o feminismo e reforçam estereótipos de gênero.
Atualmente, 137 canais no YouTube no Brasil publicam conteúdo explicitamente misógino, somando mais de 105 mil vídeos e cerca de 152 mil inscritos.
Pesquisa identifica 137 canais com conteúdo misógino no YouTube no Brasil
Os dados são de uma pesquisa realizada pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para o Ministério das Mulheres. Ela foi divulgada em dezembro do ano passado.
A pesquisa mapeou a chamada "machosfera" e descobriu que cerca de 80% desses canais adotam pelo menos uma estratégia de monetização, que incluem anúncios, doações em transmissões ao vivo, assinaturas e venda de serviços e produtos.
"A machosfera se divide em subculturas com diferentes níveis de misoginia, como os red pills, incels e até nomes menos conhecidos, como os ‘pick-up artists', que ensinam técnicas de manipulação para conquistar mulheres e reforçam estereótipos de gênero", diz Débora Salles, coordenadora do NetLab da UFRJ.
"Observamos que o ódio contra as mulheres se transformou num negócio rentável, não só para esses canais, mas principalmente para as plataformas. Nesse caso, para o YouTube."
Questionado sobre os casos relatados na reportagem, o YouTube afirmou ter um compromisso contínuo com uma internet mais segura, reforçando que canais precisam seguir suas políticas para gerar receita (veja mais abaixo).
'Adolescência': como surgiu a sinistra 'machosfera' retratada pela série
O mercado da misoginia
Entre as estratégias para monetizar, a mais comum entre os canais analisados é a exibição de anúncios no YouTube: 52% deles exibem ao menos um vídeo com publicidade.
Em seguida, está o Programa de Membros da plataforma – ferramenta que permite ao público pagar uma assinatura mensal em troca de conteúdos exclusivos –, adotado por 28% dos canais misóginos. As assinaturas podem custar de R$12,50 a R$ 149 por mês, segundo a pesquisa.
No entanto, uma das formas mais lucrativas de monetização são os Super chats – doações feitas por espectadores durante transmissões ao vivo. Em 257 lives de oito canais, o estudo identificou uma arrecadação total que supera R$ 68 mil, com uma média de R$ 267 por transmissão.
Além das ferramentas da plataforma, 28% dos canais analisados também vendem cursos, produtos e serviços ou recebem doações por Pix.
Em alguns casos, influenciadores chegam a cobrar R$ 1 mil por consultas individuais que abordam desde "treinamento emocional" até conteúdos que naturalizam violência psicológica e humilhação. No caso da venda de e-books anunciados, os preços ofertados variam entre R$ 17,90 e R$ 397.
"Atualmente, as redes sociais são baseadas em uma economia da atenção que premia conteúdos sensacionalistas e divisivos", diz Mariana Valente, professora da Universidade de St.Gallen e diretora do InternetLab, centro independente de pesquisa focado em internet e direitos humanos.
"Isso faz com que a plataforma não tenha interesse em controlar e eliminar esses conteúdos."
‘Machosfera’: o que prega o movimento machista que cresce nas redes sociais
Machosfera: o que é o movimento machista das redes sociais que virou caso de polícia
Políticas de proteção falhas
O YouTube proíbe, segundo suas diretrizes de uso, conteúdos que promovam violência ou discurso de ódio com base em sexo, gênero ou orientação sexual.
As regras se aplicam a vídeos, transmissões ao vivo, comentários e até links externos. A empresa afirma que, ao identificar esse tipo de conteúdo – inclusive por meio de denúncias –, ele é removido.
Na prática, a eficácia dessas políticas tem se mostrado limitada.
A pesquisa aponta que os produtores de conteúdo da machosfera empregam diversas estratégias para fugir da moderação do YouTube, como uma linguagem própria para mascarar o caráter misógino das mensagens.
"Percebemos que as plataformas e, mais especificamente, o YouTube, não estão conseguindo dar conta desse problema", afirma Salles.
"Quem tem o poder de tirar esse conteúdo do ar é a plataforma, mas ela faz isso sem cumprir regras transparentes sobre quem pode ficar e por que fica, ou quem sai e por que sai."
A blogueira feminista Lola viveu essa ambiguidade em 2018, quando tentou criar um canal no YouTube e descobriu que estava banida — apesar de nunca ter publicado vídeos nem infringido regras nos poucos comentários que havia feito na plataforma.
Professora Lola Aronovich
Arquivo pessoal
"Suspeito que meu nome tenha sido usado por grupos masculinistas para comentários de ódio até que eu estivesse banida", conta Lola.
"Criei outro canal com um novo e-mail, que também foi removido no ano passado após denúncias dos masculinistas. Hoje, não posso ter nenhum tipo de remuneração lá."
"É revoltante, porque eu não conheço quase nenhuma feminista que ganha dinheiro no YouTube, mas antifeminista é o que mais tem, e eles ganham muito dinheiro com isso", completa a blogueira.
Problema além do digital
Segundo especialistas, a cultura da machosfera ajudou a criar um ambiente tóxico para as mulheres nas redes sociais, especialmente aquelas com algum tipo de atuação pública – como políticas, jornalistas e influenciadoras digitais. Elas são constantemente hostilizadas e têm as vidas diretamente afetadas.
A criadora de conteúdo Ana Schreder diz que passou a ser alvo constante de ataques desde que viralizou no TikTok rebatendo comentários da comunidade red pill. Embora tenha mudado o foco dos vídeos para temas como autoconhecimento e bem-estar, a violência persistiu.
"Eles se incomodam absurdamente com o meu jeito de ser. Só o fato de eu estar na internet, sendo mulher, falando da minha vida, da minha autoestima, sem tentar agradar a homens, já é motivo para ataques", afirma Schreder.
"Pegam vídeos meus do TikTok, publicam no X (antigo Twitter), fazem reações no YouTube, e os comentários são nojentos."
Além de conteúdo com misoginia disfarçada, a pesquisa também encontrou vídeos que encorajam, relativizam ou justificam abusos e violências contra mulheres, utilizando argumentos que culpabilizam as vítimas ou normalizam comportamentos violentos.
"Meninos muito jovens têm acesso a esses conteúdos e vão naturalizando piadas que vão desde ‘lugar de mulher é na cozinha' até um comentário de ‘se sua namorada te desagrada, você dá um tapão na cara dela'", ressalta a diretora do InternetLab.
Segundo a pesquisa, o número de vídeos da machosfera no YouTube aumentou significativamente desde 2022, com 88% publicados nos últimos três anos.
No mesmo período, os dados de violência contra mulheres também aumentaram. Entre 2021 e 2023, o número de feminicídios subiu de 1.347 para 1.463, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Casos de violência doméstica e familiar também cresceram quase 10% entre 2022 e 2023.
Embora a pesquisa não estabeleça uma relação direta entre o crescimento desses discursos e o aumento da violência, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou à reportagem que o ódio contra as mulheres disseminado nas redes repercute no país inteiro.
"Esse tipo de discurso termina por autorizar a violência que tem crescido contra meninas, adolescentes e mulheres idosas no Brasil", afirma Gonçalves.
"Estamos vivendo um momento muito complicado e, para o governo federal, uma regulação mínima das plataformas é estratégica. Para o Ministério das Mulheres, essa regulação é fundamental para que as mulheres não vivam nessa situação constante de violência."
Discord: o que é a rede social usada para cometer crimes contra adolescentes?
Desafio da regulação
Ao longo dos anos, à medida que o blog de Lola Aronovich se consolidava como uma das principais referências do movimento feminista no Brasil, os ataques misóginos e a perseguição por parte de grupos masculinistas também se intensificavam.
As agressões incluíam ameaças diretas e até a criação de sites com o objetivo de difamar sua imagem. Lola afirma que ainda recebe ameaças diretas com frequência.
"Todo final de ano eles me ligam para dizer que vai ser meu último Natal e Ano Novo viva. Muita gente me pergunta como lido com isso e, infelizmente, a gente se acostuma. É horrível dizer isso, porque não deveríamos ter que nos acostumar, mas é verdade."
O ativismo de Lola e suas denúncias ao longo dos anos resultaram, em 2018, na aprovação da chamada Lei Lola – a primeira legislação brasileira a incluir o termo misoginia, e que atribui à Polícia Federal a responsabilidade de investigar a disseminação de conteúdos de ódio contra mulheres na internet.
No entanto, cerca de sete anos após a criação, a blogueira afirma que a lei ainda não foi devidamente implementada.
"Desde que a lei foi criada, tentamos marcar uma reunião com a direção da Polícia Federal para discutir questões básicas, como a criação de um canal específico de denúncias e os critérios de aplicação da lei, mas até hoje não conseguimos avançar."
Especialistas destacam que a falta de regulamentação eficaz da internet, somada à não aplicação das leis existentes, permite que conteúdos misóginos sigam circulando e gerando lucro. Sem regulação, as plataformas não são obrigadas a removê-los.
Segundo Mariana Valente, o Marco Civil da Internet, aprovado em 2014, foi um passo importante ao estabelecer diretrizes para responsabilizar provedores em casos específicos, como a divulgação não consensual de imagens íntimas.
No entanto, ela ressalta que a legislação ainda é insuficiente para enfrentar o conjunto de violências digitais com base em gênero.
Segundo especialistas, a regulação não pode ser vista como solução única e precisa estar atrelada a um conjunto de políticas públicas que envolvam diferentes áreas, como educação, saúde, segurança e justiça. "Isso tem que ser adotado como um objetivo por muitos atores sociais", afirma Valente.
O que diz o YouTube
Questionado, o YouTube se manifestou afirmou ter um compromisso contínuo com uma internet mais segura, reforçando que canais precisam seguir suas políticas para gerar receita, incluindo regras de monetização, direitos autorais e diretrizes da comunidade.
Segundo o comunicado, a plataforma também adota medidas de apoio, como exibir painéis informativos sobre o canal 180 em buscas relacionadas à violência contra a mulher, além de promover iniciativas de conscientização, como cartilhas, eventos e playlists temáticas.
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Postado originalmente em 2022, o vídeo de Carolina Rossi simulando o nascimento de uma boneca voltou a ganhar repercussão nas redes sociais após um encontro de 'mães' de bebê reborn em São Paulo. Influenciadora viraliza ao simular parto de bebê Reborn
Um vídeo da influenciadora Carolina Rossi, também conhecida como "Sweet Carol", simulando o "parto" de uma bebê reborn viralizou nas redes sociais, gerando críticas e memes, especialmente no X.
Bebê reborn é o nome dado a bonecas feitas para parecerem bebês de verdade. Por serem mais realistas, esses modelos costumam ser bem mais caros que bonecas convencionais. Na internet, é possível encontrar versões que custam cerca de R$ 400, mas algumas chegam a quase R$ 1.300.
O g1 verificou que o vídeo de Carolina foi publicado originalmente em 2022 no TikTok, onde ultrapassou 115 milhões de visualizações. A gravação foi repostada na última semana no Instagram, onde acumulava 4 milhões de visualizações até a manhã desta segunda-feira (28).
Em entrevista ao g1, Carolina confirmou que o vídeo é antigo e que voltou a viralizar após um encontro de mulheres com suas bebês reborns, realizado neste mês no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Ela explicou que, no post, compartilhou apenas um trecho de segundos do "parto", e que o vídeo completo, que traz mais detalhes do processo de dar à luz, foi postado no YouTube.
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No vídeo da influenciadora, a boneca aparece dentro de uma espécie de bolsa amniótica e com um "cordão umbilical". Carolina rasga a bolsa, remove o líquido e retira a boneca. "É assim que nasce uma bebê reborn", diz a legenda da postagem feita no último sábado (26).
"Me assustei com a repercussão depois de ver a quantidade de comentários e algumas páginas de fofoca mostrando o vídeo. Muita gente veio criticar sem nem me conhecer, dizendo que eu preciso ser internada. Muitos também acham que eu sou colecionadora de bebê reborn, mas não sou", disse a influenciadora.
Ela afirma trabalhar com conteúdo ASMR, sigla em inglês para Autonomous Sensory Meridian Response, que pode ser traduzida como resposta sensorial autônoma dos meridianos.
Vídeos de ASMR normalmente mostram ações consideradas satisfatórias pelos usuários, que podem ser apreciadas visualmente ou por meio do áudio.
Influenciadora Carolina Rossi, também conhecida como 'Sweet Carol', realizando um 'parto' da boneca bebê reborn
Reprodução/Instagram
"Dentro do segmento de ASMR, existe algo chamado roleplay, em que a gente interpreta personagens e profissões, por exemplo. Eu posso ser professora, médica ou contadora de histórias. Em 2022, interpretei uma obstetra usando uma bebê reborn, e acabou viralizando", conta Carolina.
Nos comentários, muita gente criticou o "parto" da boneca. "Saudades de quando nunca tinha assistido um parto de bebê reborn", comentou uma pessoa. "Estou traumatizada", disse outra. "Triste é saber que perdi esses 50 segundos pra sempre [assistindo ao vídeo]", enfatizou outra.
Também teve quem brincasse com a aparência da bebê reborn. "A bebê já nasceu cansada. Olha a cara dela de 'eu quero um pingado e um cigarro'". "O neném já veio com cara de desconfiado", comentou outra pessoa.
Repercussão sobre bebê reborn no X
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sverificou que o vídeo de Carolina foi publicado originalmente em 2022 no TikTok, onde ultrapassou 115 milhões de visualizações. A gravação foi repostada na últimasno Instagram, onde acumulava 4 milhões de visualizações até a manhã desta segunda-feira (28).
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Missão Kuiper Atlas 1 decolou por volta das 20h, e marca a entrada da empresa de Jeff Bezos na disputa com a rede de satélites de Elon Musk. Amazon lança 27 satélites de internet ao espaço para competir com Starlink.
A Amazon lançou nesta segunda-feira (28) por volta das 20h (horário de Brasília) seus primeiros satélites do Projeto Kuiper, que promete competir com a Starlink, rede de internet via satélite da SpaceX, de Elon Musk.
Batizada de Kuiper Atlas 1, a missão decolou da estação espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.
Os 27 satélites desta primeira fase do projeto foram acoplados a um foguete Atlas V da empresa United Launch Alliance (ULA), uma joint venture formada pelas empresas aeroespaciais americanas Boeing e Lockheed Martin.
O serviço de internet da Amazon que quer competir com empresa de Elon Musk
O Projeto Kuiper, subsidiária da Amazon, chega com anos de atraso em relação à Starlink, que desde 2019 ampliou sua presença global e conta com mais de 6.750 satélites ativos, atendendo mais de cinco milhões de clientes.
A rede da SpaceX também tem sido usada para garantir acesso à internet em zonas de guerra e desastres naturais, como na Ucrânia e no Marrocos.
Jeff Bezos investiu US$ 10 bilhões (cerca de R$ 56,7 bilhões) no Kuiper. A empresa pretende colocar 3.200 satélites na órbita terrestre baixa — até 1.900 km de altitude — e iniciar a operação até o fim de 2025.
O preço do serviço ainda não foi divulgado, mas a Amazon promete uma opção de baixo custo.
A empresa de Bezos planeja acelerar os lançamentos nos próximos meses e anos, com mais de 80 voos reservados por meio da United Launch Alliance, a francesa Arianespace, a Blue Origin, do próprio Bezos, e a SpaceX.
Os satélites do Kuiper se juntam à crescente constelação de dispositivos em operação na órbita baixa, junto com a Starlink, a europeia OneWeb e a chinesa Guowang.
O aumento da aglomeração nesse "bairro orbital" tem gerado preocupações quanto à congestão, possíveis colisões e interferências nas observações astronômicas.
Foguete Atlas V da United Launch Alliance (ULA) foi lançado com o objetivo de levar os primeiros satélites de internet da Amazon para o espaço.
Divulgação/ United Launch Alliance
Lançamento da missão com os primeiros satélites de internet da Amazon para o espaço.
Reprodução/ United Launch Alliance (ULA)
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Nem todas as empresas aderiram à plataforma que bloqueia chamadas abusivas, e outras conseguem burlar os filtros da Anatel, dizem especialistas. 'Não Me Perturbe' não funciona? Por que pessoas recebem ligações de telemarketing
Desde 2019, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as operadoras de telecomunicações disponibiliza a plataforma "Não Me Perturbe", que dá aos usuários a opção de bloquear chamadas abusivas de telemarketing.
Ainda assim, muitos brasileiros continuam a ser incomodados por ligações excessivas.
Essas chamadas incluem as "robocalls" — aquelas em que o telefone toca, a pessoa atende, mas ninguém fala e a ligação cai.
Uma reportagem do Fantástico investigou empresas que fornecem programas para ligações automáticas e mostrou como funciona esse mercado que irrita e prejudica os brasileiros, com testes de "provas de vida" e até a aplicação de golpes.
Nesse contexto, o "Não Me Perturbe" poderia amenizar o problema, mas a plataforma se mostra limitada na hora de conter as ligações.
➡️ Por que isso acontece? Três especialistas em telecomunicações explicaram ao g1 que apenas os maiores bancos e empresas de telecomunicações aderiram ao programa da Anatel. Empresas de vendas e marketing ignoram o cadastro no "Não Me Perturbe".
Essas empresas ainda evitam possíveis punições da Anatel ao falsificar o número e o endereço que aparecem no identificador de chamadas. A prática é chamada de spoofing, explica Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks.
Especialistas alertam também para o risco de golpistas.
"O 'Não Me Perturbe' é eficiente na aplicação para as operadoras tradicionais de telecomunicações brasileiras, e também para os call centers brasileiros sérios e de grande porte, mas há caminhos alternativos que vêm de fora e acabam pulando esses filtros", explica Luciano Saboia, diretor de telecomunicações da consultoria IDC.
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Ao g1, a Anatel disse que o cumprimento das medidas pelas empresas é constantemente monitorado, seja por meio do envio de dados periódicos sobre tráfego e bloqueios, seja por fiscalizações específicas.
O órgão também mencionou um Despacho Decisório de 2024, no qual foi implementado um sistema para que as prestadoras de telefonia informem a origem das chamadas indesejadas.
Segundo eles, as prestadoras de telefonia móvel e fixa enviam, por meio de uma atualização do Sistema Coleta de Dados da Anatel, relatórios sobre o tráfego recebido, incluindo chamadas com indícios de alteração do número telefônico.
"A partir de agora, os relatórios devem ser enviados por meio da nova ferramenta. Essa coleta de dados permitirá à Anatel identificar irregularidades e agir com maior agilidade para proteger o consumidor", afirmou.
Especialistas afirmam que combater o contato excessivo e fraudulento é um desafio tanto para as operadoras quanto para a Anatel. E reconhecem que o órgão tem tomado medidas no enfrentamento desse tipo de abordagem.
Plataforma "Não Me Perturbe" ajuda bloquear ligações indesejadas
Reprodução
Na página de participantes do "Não Me Perturbe" (saiba mais ao fim da reportagem) constam as operadoras de telecomunicação Algar, Claro, Oi, Sercomtel, Sky, TIM, e Vivo, além de 64 instituições financeiras.
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"Essas ligações (excessivas) são um problema nos EUA, no Canadá e na Coreia do Sul, para citar alguns países. E, em cada um deles, existe uma abordagem diferente", afirma Ari Lopes, especialista em telecomunicações da empresa Omdia.
Uma das medidas que o governo diz que está em fase de implementação no Brasil contra os que driblam o "Não Me Perturbe" é o programa "Stir Shaken" ou "Origem Verificada", como será chamada no Brasil, segundo a Anatel.
Essa solução exibe no celular do consumidor não apenas o número, mas também o nome da empresa, sua logomarca, além do motivo da ligação e um selo que confirma a origem da chamada, explicou a Anatel.
"É uma solução que visa autenticar a identidade do chamador e aumentar a segurança das comunicações telefônicas", disse Luciano Saboia.
"Mas tudo isso ainda é um futuro próximo. A Anatel, as operadoras móveis e os fabricantes dos smartphones ainda estão amadurecendo e implantando essas funcionalidades para conter as robocalls", completou Thiago Ayub.
Segundo os especialistas, o "Origem Verificada" não vai impedir chamadas de números com origem fraudada, mas permitirá que o usuário opte por não atender ligações que não exibam o selo de identificação de origem garantido pelo protocolo.
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g1/Luísa Rivas
O que fazer por enquanto?
"Para não receber ligações de telemarketing de empresas não participantes ao Não Me Perturbe, efetue o bloqueio diretamente no seu celular através da agenda ou aplicativo específico de sua preferência", diz o site da ferramenta.
A Anatel recomenda ainda que o consumidor que continua recebendo chamadas indesejadas mesmo sendo cadastrado no "Não Me Perturbe" informe a empresa que faz as ligações.
Quem receber as ligações deve registrar o nome do prestador de telemarketing e o número da chamada. Com essas informações, a pessoa pode entrar em contato com a empresa para relatar o possível uso irregular de recursos de numeração.
"Caso não haja uma solução para o problema, recomenda-se acionar a ouvidoria da prestadora e, se necessário, utilizar o número do protocolo de atendimento para registrar uma reclamação na Anatel", informou a agência.
➡️ NÃO PERTURBE É GRATUITO - o cadastro na ferramenta é gratuito e deve ser feito pelo site naomeperturbe.com.br.
"Você pode solicitar o bloqueio de ligações realizadas pelas empresas de telecomunicações participantes que ofertam seus serviços através de telemarketing ativo e pelos bancos participantes referente às ofertas de empréstimo consignado e cartão de crédito consignado", diz o site.
O prazo para efetivação da solicitação é de até 30 dias.
O bloqueio não se aplica a ligações que forem realizadas ao consumidor para: confirmação de dados, prevenção a fraudes, realização de cobranças e retenção de solicitações de portabilidade, com ou sem oferta de refinanciamento e oferta de outros produtos bancários e outras modalidades de crédito.
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