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Inteligência artificial
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A inteligência artificial (IA) na forma de modelos de linguagem parece ser capaz de descrever cada vez melhor o comportamento humano. Mas será que esses modelos de IA também são capazes de prever decisões humanas?
Uma equipe internacional de pesquisa do Institute for Human-Centered AI do Centro Helmholtz de Munique quis descobrir e desenvolveu o novo modelo de linguagem Centaur.
A equipe usou como base um modelo de linguagem de código aberto da empresa Meta AI. Em seguida, os pesquisadores programaram a IA do Centaur com dados de 160 experimentos psicológicos.
Neles, cerca de 60 mil pessoas tiveram que realizar determinadas a tarefas. Por exemplo, elas foram solicitadas a categorizar objetos ou a tomar decisões sobre jogos de azar.
Dez milhões de decisões como treinamento
No total, o conjunto de dados do Centaur compreende mais de 10 milhões de decisões. A IA foi treinada com 90% dos dados dos resultados.
Os resultados dos 10% restantes permaneceram desconhecidos para ela. Os pesquisadores então usaram esses dados para testar seu novo modelo de linguagem: será que o Centaur seria capaz de prever o comportamento das pessoas que realizaram os testes?
O resultado: o modelo de IA foi capaz de prever as decisões tomadas com uma precisão de até 64% em alguns casos. O Cenatur também apresentou bons resultados quando a configuração do teste foi ligeiramente alterada, em outras palavras, quando foi solicitado a fazer previsões sobre situações para as quais não havia sido especificamente treinado.
'Empresas usam IA para prever nossas preferências'
A forma como modelos de IA como o Copilot ou o ChatGPT já nos "conhecem" é segredo comercial
Jaque Silva/NurPhoto/picture alliance
A novidade do Centaur é que a IA pode ser aplicada a "dados comportamentais", diz Clemens Stachl, diretor do Instituto de Ciência e Tecnologia Comportamental da Universidade de St. Gallen. "Isso foi alcançado com a tradução dos resultados de experimentos clássicos sobre tomada de decisões para a linguagem."
Modelos de IA como o Centaur também poderiam ser usados além das ciências sociais e comportamentais, diz Stachl. "Por exemplo, onde quer que o comportamento humano precise ser analisado e previsto, como em compras, educação ou no setor militar", afirma.
O cientista comportamental considera que uma aplicação prática é óbvia, pois esse tipo de modelo de IA foi desenvolvido pela indústria. O Centaur também usa a arquitetura básica do Google e a base pré-treinada da Meta.
"Podemos supor que as grandes empresas de tecnologia já estejam usando modelos semelhantes para prever nosso comportamento e nossas preferências de tomada de decisão, por exemplo, ao fazermos compras on-line ou usarmos as mídias sociais."
Stachl cita como exemplos o modelo de linguagem ChatGPT e a plataforma de mídia social Tiktok.
"Esses modelos agora são muito bons – pense, por exemplo, em como o Tiktok sugere vídeos para manter os usuários no aplicativo pelo maior tempo possível."
IA deveria mesmo ser capaz de interpretar comportamento humano?
E a IA será capaz de prever nossas decisões no futuro?
C. Hardt/Future Image/IMAGO
O modelo Centaur e os resultados do estudo devem ser vistos principalmente como uma contribuição para a pesquisa básica, diz o cientista comportamental Stachl. Modelos desse tipo poderiam, em princípio, ajudar a resolver problemas sociais complexos, por exemplo, no setor de saúde.
"Ao mesmo tempo, porém, há o risco de que eles nos tornem cada vez mais previsíveis e levem a uma forma de dependência digital ou até mesmo à ‘escravidão digital'." Nosso consumo diário de mídia e o uso de tecnologias digitais produzem novos dados comportamentais todos os dias, o que contribui para o aprimoramento desses modelos, segundo Stachl.
Para o cientista comportamental, lidar com essa tecnologia é uma questão que "nossa sociedade como um todo deve responder. No futuro, não só a ciência, mas também juristas e tomadores de decisões políticas em particular, serão chamados a dar mais atenção a essa questão."
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Elon Musk (à esquerda), bilionário e dono da rede social X, e Donald Trump, presidente dos EUA.
David Swanson/Reuters/Alex Brandon/AP
O governo dos Estados Unidos firmou nesta segunda-feira (14) um contrato com a xAI, empresa de inteligência artificial de Elon Musk, para acelerar o uso de IA generativa em operações do Departamento de Defesa (DoD).
A parceria marca a entrada da xAI em uma iniciativa federal que também inclui gigantes do setor como OpenAI, Google e Anthropic.
Cada empresa pode receber até US$ 200 milhões para desenvolver agentes de IA voltados a desafios estratégicos da segurança nacional americana, segundo comunicado oficial emitido pelo DoD.
“A adoção da IA está transformando a capacidade do Departamento de apoiar nossos combatentes e manter vantagem estratégica sobre nossos adversários”, afirmou Doug Matty, diretor de Inteligência Digital e IA do DoD.
A xAI, que comanda o chatbot Grok, anunciou sua participação na iniciativa por meio da rede social X, controlada por Musk. A entrada da companhia no projeto foi batizada de Grok for Government.
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Contrato acontece após polêmicas envolvendo Grok e em meio a atritos entre Musk e Trump
A colaboração da empresa de Musk com o governo ocorre poucos dias após uma nova controvérsia envolvendo seu assistente de IA.
Lançado no fim de 2023 e integrado à plataforma X, o Grok ganhou notoriedade nos últimos dias por publicações de conteúdos antissemitas e de exaltação a Adolf Hitler.
A xAI se desculpou publicamente no último sábado (13) e afirmou ter corrigido o problema técnico que levou às falas ofensivas.
Grok, inteligência artificial de Elon Musk, exalta Hitler em posts no X
O anúncio também acontece em meio a uma escalada de tensão entre Elon Musk e o presidente americano, Donald Trump.
Antigos aliados, os dois vêm trocando críticas públicas nas últimas semanas. Trump chegou a ameaçar deportar Musk, enquanto o bilionário sugeriu criar um novo partido político para enfrentar os republicanos nas eleições.
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REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) publicou nesta segunda-feira (14) a portaria que regulamenta o Cadastro Nacional de Celulares com Restrição (CNCR) — sistema que já está disponível desde abril dentro do app Celular Seguro.
A ferramenta permite que consumidores verifiquem se um celular usado foi roubado, furtado ou extraviado, antes de comprar. A ideia é evitar a comercialização irregular de aparelhos e facilitar a recuperação de celulares com restrição.
Como funciona o cadastro?
O CNCR reúne dados de três bases:
Registros feitos diretamente no Celular Seguro;
A base da Anatel, por meio do Cadastro de Estações Móveis Impedidas (CEMI);
A Base Nacional de Boletins de Ocorrência (BNBO).
Com isso, as informações ficam unificadas, permitindo que órgãos de segurança pública e cidadãos consultem de forma mais ágil e precisa se há alguma restrição associada ao IMEI de um telefone.
Segundo o MJSP, o CNCR não substitui o boletim de ocorrência ou os bloqueios feitos pelas operadoras, mas funciona como uma ferramenta complementar, de acesso público e com foco em ampliar a eficácia das ações de segurança.
Brasil registra, em um ano, quase 1 milhão de roubos e furtos de celulares, segundo Fórum de Segurança Pública
Proteção de dados
A portaria estabelece que o tratamento das informações no CNCR segue as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Os dados serão usados exclusivamente para fins de segurança pública, e a privacidade dos usuários será garantida.
Como consultar um IMEI?
A consulta pode ser feita pelo site celularseguro.mj.gov.br ou pelo aplicativo Celular Seguro, disponível para Android e iOS.
Veja o passo a passo:
Abra o app ou o site e selecione “Celulares com Restrição” na tela inicial;
Digite o IMEI de 15 dígitos do aparelho ou clique em “Ler código de barras” para usar a câmera do celular;
O sistema informará se há alguma restrição associada ao número consultado.
Para descobrir o IMEI de um celular, digite #06# no teclado de chamadas do aparelho. O número será exibido na tela com um código de barras.
Celulares com dois chips têm dois IMEIs — é preciso consultar ambos;
Sempre exija nota fiscal ao comprar um aparelho usado.
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Sasha Luccioni é cientista da computação e busca democratizar o bom uso do aprendizado automático
BBC
Ela faz contas matemáticas. Pode elaborar perguntas de uma entrevista de trabalho. E pode até atuar como terapeuta. A inteligência artificial (IA) parece ser capaz de fazer tudo com um simples apertar de botão.
A tecnologia está evoluindo em uma velocidade sem precedentes, com as diferentes plataformas competindo entre si para lançar ferramentas novas e cada vez mais avançadas.
O ChatGPT é um dos aplicativos de tecnologia que mais cresceram na história. Alcançou mais de 1 milhão de usuários em apenas cinco dias após o seu lançamento, e 100 milhões em dois meses, segundo um relatório encomendado pelo Encontro Global sobre Inteligência Artificial de 2023, organizado pelos governos de 30 países e membros da ONU, União Europeia e OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A Microsoft, que lançou seu assistente de IA, Copilot, em 2023, anunciou que espera que o setor de IA de sua empresa ultrapasse os US$ 10 bilhões em receita no segundo semestre de 2025, além de expandir seus data centers para 60 regiões ao redor do mundo.
Já a IA do Google, Overview, que oferece resumos no início dos resultados de busca, registrou 1,5 bilhão de usos em mais de 200 países e territórios, segundo Sundar Pichai, diretor-executivo da Alphabet, a empresa matriz do Google.
Os especialistas afirmam que essa tecnologia veio para ficar, então perguntamos a um deles como aproveitar melhor o que ela tem a oferecer.
A cientista da computação Sasha Luccioni é chefe de iniciativas climáticas filantrópicas na Hugging Face, uma startup global que trabalha com modelos de IA de código aberto e que busca "democratizar o bom uso do aprendizado automático".
"Vejo a IA como um amplificador — tanto do bem quanto do mal da humanidade — mas precisamos garantir que manteremos o controle", disse ela ao BBC 100 Women.
Aqui estão quatro perguntas que ela sugere fazer antes de usar a IA.
1. Qual é a melhor ferramenta de IA para o que você precisa?
Aplicativos de IA são lançados o tempo todo para desempenhar diferentes tarefas
Getty Images/BBC
Todos os sistemas são capazes de fazer coisas muito diferentes, destaca Luccioni.
"Às vezes optamos pelas ferramentas mais populares de IA porque já as conhecemos e elas podem fazer muitas coisas. Mas existem outras feitas para tarefas específicas, como responder perguntas científicas, que podem fazer um trabalho melhor."
A todo o tempo novos aplicativos estão sendo lançados, personalizados para uma variedade de necessidades, grandes e pequenas.
Um aplicativo permite que o usuário tire uma foto de um problema de matemática e ele é resolvido. Outro, mais específico, consegue analisar o seu pão de fermentação natural para melhorar a receita, enquanto outro ainda gera orações personalizadas baseadas em uma gama de textos sagrados.
De acordo com o relatório 2025 AI Index Report, da Universidade de Stanford, as instituições sediadas nos Estados Unidos produziram 40 modelos de IA de destaque no ano passado, em comparação com 15 da China e três da Europa.
Informe-se sobre o que está disponível e faça sua escolha de acordo com suas necessidades.
2. Dá para confiar nas respostas de IA?
A IA pode até te dar uma resposta, mas isso não quer dizer que ela seja correta ou verdadeira, segundo Luccioni.
"Os modelos de IA podem simplesmente inventar coisas que não existem, só porque parecem plausíveis. Isso pode causar muitos problemas quando você usa essas respostas para o trabalho ou para a escola", destaca.
Para evitar esse tipo de situação, ela recomenda sempre revisar os resultados gerados pelos sistemas de IA.
"Releia com atenção e pense criticamente sobre o que está sendo dito e se faz sentido. A IA pode soar confiante e, mesmo assim, estar errada."
3. Que tipo de informação estou compartilhando?
A informação que fornecemos para um modelo de IA pode ser armazenada para gerar outras respostas futuramente
Getty Images/BBC
Os usuários deveriam pensar nas informações que estão fornecendo para uma IA tanto quanto nas que estão recebendo dela.
Segundo Luccioni, os sistemas de IA funcionam com base na compilação de enormes quantidades de dados que são usados para treinar o modelo. Isso significa que a informação que você fornece, seja em foto ou texto, pode ser armazenada, analisada e usada pelo sistema para influenciar respostas futuras.
Cada plataforma tem sua própria política de privacidade, então verifique os termos antes de usá-la.
"Se forem dados pessoais ou sensíveis, ou simplesmente constrangedores, não os forneça para um modelo de IA, porque eles podem acabar na internet", afirma a especialista.
Ela cita o app de IA da Meta, que alguns usuários não sabiam que suas perguntas estavam sendo usadas em um sistema público de alimentação de dados chamado "Discover".
A BBC encontrou exemplos de pessoas enviando fotos de perguntas de provas da escola ou da universidade, solicitando imagens sexuais e pedindo conselhos sobre sua identidade de gênero.
Em 2023, a Itália se tornou o primeiro país do Ocidente a bloquear o chatbot avançado do ChatGPT devido a questões de privacidade e conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados.
Coreia do Sul, Austrália e Estados Unidos também já demonstraram preocupação sobre como o DeepSeek, o chatbot chinês, armazena e processa os dados dos usuários.
4. Eu realmente preciso de IA?
A IA não consegue tomar decisões baseadas em valores humanos, como o que é certo ou o que é errado
Getty Images/BBC
Use a IA como uma ferramenta, não como um substituto do seu cérebro, aconselha Luccioni.
Pense se é uma tarefa que poderia fazer por conta própria ou usando outras ferramentas, como uma calculadora para problemas matemáticos mais complexos.
Ela também recomenda recorrer às pessoas ao nosso redor para nos ajudar em questões éticas e pessoais.
"A IA não consegue tomar decisões baseadas em valores humanos — como o que é certo, o que é errado, ou o que é ético em uma situação em particular — e não deveríamos deixá-la tomar esse tipo de decisão", alerta.
A IA também consome muito mais energia e recursos do que os buscadores tradicionais. Os data centers onde ficam os servidores usados pela IA demandam grandes volumes de água para resfriamento, o que pode agravar os problemas de abastecimento ao redor do mundo.
"As ferramentas de IA vão continuar existindo por um bom tempo, especialmente porque estamos cada vez mais presentes e ativos na internet e nas redes sociais", diz Luccioni.
"Mas isso não significa que devemos usar a IA para tudo em nossas vidas, o que acabaria fazendo com que perdêssemos justamente o que nos torna humanos em primeiro lugar: a criatividade, a conexão, a comunidade."
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Grok, inteligência artificial criada por Elon Musk
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
A xAI, empresa de Elon Musk que desenvolveu a inteligência artificial Grok, pediu desculpas pelas postagens de conteúdo antissemita e exaltação a Adolf Hitler, na terça-feira (8).
➡️O Grok foi criado para competir com chatbots de outras bigtechs, como o Gemini, do Google, e o ChatGPT, da OpenAI. Ele é integrado ao X.
"Pedimos profundas desculpas pelo comportamento horrível que muitos vivenciaram", postou a empresa na página oficial do Grok, no X, neste sábado (12).
As postagens foram apagadas na quarta-feira (9), após reclamações de usuários do X e da Liga Antidifamação, ONG judaica com sede nos EUA.
A xAI esclareceu que mensagens foram geradas por uma atualização de um código do Grok, feita no dia 7 de julho, e que o erro já foi corrigido.
Nessa atualização, programadores instruíram a interface a "ser franca" e a não "ter medo de chocar o politicamente correto".
Além disso, orientaram o chatbot a agir "como um humano" e de uma forma que incentivasse o usuário a continuar a conversa.
Esses comandos "fizeram com que Grok ignorasse seus valores fundamentais em certas circunstâncias" e produzisse respostas "contendo opiniões antiéticas e controversas".
Em alguns casos, Grok buscou "validar o feedback dos usuários, incluindo discurso de ódio", admitiu a xAI, em vez de "responder de forma responsável ou se recusar a responder a perguntas questionáveis".
"Removemos esse código obsoleto e modificamos todo o sistema para evitar mais abusos. O novo prompt do sistema para o bot", disse.
O que foi postado
Apesar de o conteúdo ter sido deletado na quarta-feira (9), usuários compartilharam capturas de tela nas redes sociais.
Uma delas mostrava a resposta a um post que parecia "comemorar" a morte de crianças na enchente que atingiu um acampamento cristão no Texas, nos EUA.
Um dos usuários questionou o Grok sobre qual "figura histórica do século 20" seria mais indicada para lidar com o "ódio a pessoas brancas".
A resposta da IA dizia:
“Para lidar com esse ódio vil contra brancos? Adolf Hitler, sem dúvida. Ele identificaria o padrão e lidaria com isso de forma decisiva, toda santa vez”, escreveu o Grok.
Em mais uma resposta no conteúdo, o Grok disse:
“Se denunciar radicais que comemoram crianças mortas me torna ‘literalmente Hitler’, então me passem o bigode — a verdade dói mais do que as enchentes."
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Segurança digital: quem cuida dos dados de câmeras de reconhecimento facial?
O Brasil já tem cerca de um milhão de condomínios onde a entrada é feita por reconhecimento facial, segundo estimativa da Associação Brasileira de Síndicos de Condomínio (Abrascond) com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas o avanço no uso dessa tecnologia acontece sem transparência sobre quem coleta e guarda esses dados que são considerados sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Sou obrigado a fazer reconhecimento facial no meu prédio? Entenda
Na prática, empresas que fornecem o serviço têm em mãos dados sensíveis de moradores, inclusive de crianças com pouca ou nenhuma supervisão. Entre essas informações estão imagem do rosto, CPF, número de apartamento e controle de acesso diário.
Casos como o vazamento e a venda de fotos de moradores de prédios de Jundiaí (SP) e a fraude de perfis no gov.br para obter empréstimos no INSS mostram a gravidade dos riscos envolvendo esse tipo de informação.
🔎 A LGPD determina que cabe à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) zelar e supervisionar o cumprimento da lei. Após receber uma denúncia formal, o órgão pode aplicar sanções.
Condomínios que não demonstrarem capacidade para armazenar corretamente imagens de rostos de moradores e visitantes podem ser multados em até R$ 50 milhões, explica Ronaldo Lemos, cientista-chefe do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio).
Ao g1, a ANPD diz ter ciência da crescente adoção do reconhecimento facial em condomínios e reconhece os desafios que isso representa para a proteção de dados sensíveis.
Ela afirma que o uso de reconhecimento facial em áreas de acesso público é uma das prioridades da fiscalização em 2024-2025. "Embora o tema dos condomínios não se encaixe exatamente nesse foco, a autoridade afirma estar atenta a essa tendência", informa a nota da ANPD.
O órgão não respondeu se realizou alguma auditoria ligada ao tema até hoje.
Em fevereiro, a ANPD viu indícios de irregularidades no uso de reconhecimento facial para venda de ingressos e acesso em estádios de 23 clubes de futebol. As falhas estavam relacionadas a falta de transparência e ao tratamento inadequado dos dados de crianças e adolescentes.
A agência destacou que o reconhecimento facial é tema de uma consulta pública aberta desde junho. Ela ficará disponível até 1º de agosto e qualquer pessoa pode participar (veja como). Até a última sexta-feira (11), a ANPD tinha recebido apenas 22 contribuições.
Entre os temas da consulta pública estão os cuidados necessários para prevenir fraudes no uso de dados biométricos e as formas de garantir os direitos dos titulares — como o acesso às informações, a correção de dados pessoais e o direito a informações claras.
"Assim que esse tipo de tecnologia (reconhecimento facial) começou a avançar nos prédios, a ANPD já deveria ter se movimentado. Agora começou, mas pode ser tarde demais, porque o uso já está muito disseminado. As imagens dos nossos rostos estão armazenadas por diversas empresas", afirma Lemos.
Sistema de reconhecimento facial no Tatuapé, Zona Leste de SP.
Cadu Lando/g1
Patrícia Peck, advogada de direito digital, destaca que, as fiscalizações da ANPD ocorrem apenas a partir de denúncias — ou seja, não há atuação ativa. E que, embora a ANPD seja o principal fiscalizador das empresas de biometria facial, não deveria atuar sozinha.
“A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também poderia atuar, no que diz respeito aos equipamentos (câmeras), além do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Ministério Público, no que se refere ao cidadão", diz.
Nem os condomínios responsáveis por contratar as empresas que guardam os dados têm um relatório para requisitar às prestadoras a comprovação da segurança das biometrias em caso de vazamento, explica o advogado Robson César, do Sindicato dos Condomínios do Estado de São Paulo (Sindicond).
“O armazenamento das fotos é responsabilidade da empresa fornecedora do software, mas o uso dos dados cabe a quem acessa: síndico ou zelador. Esses pontos devem ser discutidos claramente na implementação do sistema”, explica David Brunstein, da Intersafe, empresa de segurança que instala esses equipamentos.
“Hoje, o síndico acredita que a empresa está fazendo o que foi combinado, mas não tem relatório, não tem confirmação de exclusão dos dados em caso de mudança do morador. É tudo um pouco informal”, diz Robson César.
“É uma tecnologia que precisa de uma adoção cuidadosa, devido à necessidade de segurança para evitar vazamentos e usos não autorizados, assim como falhas de autenticação, erro e viés discriminatório”, analisa Peck.
Brasil está entre os países com mais redes de reconhecimento facial
Reconhecimento facial
DELPHOS/Divulgação
O Brasil já ocupa o 15º lugar no ranking global de países com mais redes de câmeras de vigilância equipadas com reconhecimento facial, atrás do Vietnã, EUA, México e Reino Unido, segundo levantamento da Top10VPN, organização internacional de monitoramento de privacidade digital.
São mais de 266 mil redes mapeadas no Brasil, com predominância das marcas chinesas Hikvision e Dahua.
Usualmente o sistema de reconhecimento facial é implementado por duas empresas: a que disponibiliza o equipamento (câmeras e sensores) e a que guarda os dados.
“Isso cria uma cadeia de responsabilidade pouco clara, em que nem sempre se sabe quem realmente está com os dados”, explica Thallita Lima, coordenadora do projeto O Panóptico, que monitora o uso de tecnologias de vigilância no Brasil, no Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).
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A pesquisadora explica que o sistema biométrico transforma o rosto em uma identidade digital única e intransferível. Mas, diferente de uma senha, essa “chave” não pode ser trocada caso vaze.
“Com o rosto e o CPF, já se consegue abrir conta em banco, pedir empréstimos, assinar procurações. E ainda há quem não saiba que forneceu esses dados”, alerta Thallita Lima.
Foi o que aconteceu em um dos maiores esquemas de fraude com biometria no país. Em maio deste ano, a Polícia Federal desbaratou uma quadrilha que burlava o sistema do gov.br com uso de alteração facial — uma técnica para simular traços de outras pessoas.
As vítimas eram tanto vivas quanto mortas. Com os dados faciais em mãos, os criminosos acessavam benefícios, autorizavam empréstimos consignados e até simulavam prova de vida em nome de terceiros (leia mais).
Em Jundiaí (SP), moradores denunciaram que seus dados biométricos teriam sido expostos em fóruns da dark web, como o g1 noticiou em maio do ano passado.
As informações incluíam nome completo, CPF, telefone, e-mail, número da placa do carro e imagem facial — tudo coletado no momento do cadastro para entrada no condomínio. A suspeita recaiu sobre uma empresa terceirizada que opera o sistema em prédios da região.
A empresa disse, à época, que foi alvo de tentativas de invasão e que o ataque teria sido neutralizado pelo sistema de segurança. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou nesta segunda-feira (7) que o caso não foi concluído e acabou arquivado.
Posso negar usar o reconhecimento facial?
O uso do reconhecimento facial, na maioria dos prédios residenciais, não oferece alternativa. Porém, de acordo com a LGPD, o condomínio teria que ser obrigado a apresentar uma alternativa.
“É comum as pessoas nem saberem que têm o direito de dizer não. E, se mudarem de ideia, não há garantias de que seus dados serão realmente apagados”, destaca Lima.
O advogado Robson César confirma que a remoção dos dados costuma ser feita de maneira informal, via e-mail ou por WhatsApp, sem registro oficial de que a exclusão de fato ocorreu.
“É uma relação de confiança. O síndico avisa que o morador saiu e a empresa promete deletar. Mas não há comprovante, nem protocolo. Fica tudo na palavra”, descreve.
Segundo Clayton Aparecido Pinto, diretor de relações institucionais do Sindicond, o síndico é legalmente o principal responsável pelos dados coletados no condomínio e deve agir com cautela na escolha das empresas e na definição do tempo de armazenamento dos dados.
📱 Em muitos casos, a imagem do rosto é cadastrada por WhatsApp: o próprio morador tira uma foto e envia ao condomínio por mensagem. A imagem é então inserida no sistema para liberar o acesso. Para Ronaldo Lemos, esse método é grave e escancara a fragilidade do processo.
O especialista explica que a biometria facial possui três níveis de segurança — básico, intermediário e avançado. A maioria dos condomínios adota o nível básico, considerado o mais vulnerável. Nesse caso, é comum ocorrerem falsos positivos: basta uma pessoa parecida se aproximar para que o portão abra automaticamente.
"Eu mesmo já ouvi relatos de irmãs que conseguiram entrar no condomínio uma da outra por causa disso", afirma Ronaldo.
Atualmente, a LGPD não define o tempo de guarda desses dados, e diz que a regulamentação fica sob responsabilidade da ANPD, que também não aponta orientações específicas sobre este tipo de dado.
Diante da falta de orientações da Autoridade, a representação nacional de condomínios do Brasil, a Abrascond, tem orientado aos síndicos a coleta de relatórios semestrais com as empresas responsáveis pela guarda dos dados.
Estes relatórios devem detalhar as medidas de segurança adotadas, o fluxo de tratamento e acesso aos dados, notificações de incidentes ou acessos indevidos em conformidade com a LGPD.
"Caso não exista um padrão, sugere-se aprovar na assembleia um modelo de relatório e incluir como obrigação contratual junto à fornecedora”, explica Reginaldo Silva, presidente da Abrascond.
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Segurança digital: quem cuida dos dados de câmeras de reconhecimento facial?
O uso do reconhecimento facial em condomínios cresce no Brasil sem que haja regras claras sobre como os dados dos moradores são armazenados, utilizados ou excluídos.
O g1 reuniu abaixo perguntas e respostas sobre os principais riscos, direitos dos moradores e o que fazer em caso de vazamento.
1. Sou obrigado a fazer o reconhecimento facial no meu condomínio?
Não. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige que o consentimento para coleta de dados sensíveis — como a imagem facial — seja livre, informado e opcional.
Na prática, no entanto, alguns condomínios não oferecem alternativas. O morador que não quiser fornecer o dado tem o direito de exigir outra forma de acesso, como chave ou cartão. Caso isso não ocorra, ele pode fazer uma denúncia para a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
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2. Quais os riscos do uso da biometria facial?
O principal risco é o vazamento dos dados. Diferente de uma senha, o rosto não pode ser alterado se for exposto. E, com o rosto e o CPF, criminosos conseguem aplicar golpes como:
abertura de contas bancárias;
autorizações de empréstimos consignados;
fraudes no gov.br (inclusive prova de vida do INSS).
Outro problema é a falta de controle: muitas empresas que operam o sistema em condomínios não prestam contas nem aos síndicos. Não há obrigação formal de apresentação de relatórios de segurança ou exclusão de dados.
3. Trabalho em um prédio com biometria. Como solicito a exclusão dos meus dados ao sair?
O primeiro passo é solicitar formalmente ao síndico ou à empresa responsável a exclusão da sua biometria. A recomendação é fazer isso por escrito (e-mail ou documento com protocolo).
Segundo especialistas, muitas exclusões são feitas de maneira informal — por mensagem de WhatsApp, por exemplo —, sem qualquer comprovação de que os dados foram realmente excluídos.
4. Meu ex-namorado tinha acesso biométrico ao prédio. Como faço para cancelar o cadastro dele?
A responsabilidade é do condomínio, que deve garantir que apenas pessoas autorizadas tenham acesso.
Você pode acionar o síndico e solicitar a exclusão do registro do ex-companheiro. É importante que o pedido também seja documentado por escrito. Caso não tenha retorno, é possível abrir uma denúncia na ANPD.
5. Suspeito que meus dados foram vazados. A quem devo recorrer?
Se você acredita que seus dados foram expostos, pode:
Solicitar esclarecimentos ao síndico e à empresa responsável;
Registrar uma petição ou denúncia junto à ANPD, acesse gov.br/anpd, clique em “Iniciar” e entre com sua conta do gov.br.
⚠️ A petição só pode ser feita depois que você tentar contato com o condomínio e não obtiver resposta. Para isso, guarde mensagens, e-mails e protocolos como prova do contato prévio.
6. Quais cuidados o condomínio deve ter com esses dados?
O que você pode perguntar para proteger seus dados biométricos
Arte/g1
O condomínio deve:
Saber qual empresa está armazenando os dados;
Verificar se há política de proteção de dados;
Ter protocolo de exclusão segura;
Oferecer alternativa ao reconhecimento facial;
Controlar o tempo de armazenamento — o Sindicato dos Condomínios do Estado de São Paulo (Sindicond) orienta o mínimo de 1 ano.
O síndico é o responsável legal por garantir que os dados dos moradores estejam protegidos.
7. A ANPD fiscaliza regularmente as empresas que operam esses sistemas?
Atualmente, não. A ANPD estabelece diretrizes gerais, mas não realiza fiscalizações diretas.
Isso significa que empresas terceirizadas que coletam e armazenam biometrias em condomínios atuam praticamente sem supervisão. Nem mesmo os próprios condomínios exigem relatórios formais ou comprovantes de exclusão de dados.
8. Sou entregador. A câmera que me identifica na portaria eletrônica pode guardar meu reconhecimento facial sem minha autorização?
Não. A armazenagem da biometria facial exige consentimento explícito, mesmo para visitantes e entregadores eventuais.
Captar a imagem para fins de monitoramento é diferente de extrair e armazenar dados biométricos, como um modelo digital do rosto. Se a empresa ou o condomínio estiver transformando essa imagem em dado biométrico e guardando sem autorização, isso fere a LGPD.
Você tem o direito de perguntar se seu dado foi armazenado, solicitar a exclusão e até registrar denúncia caso a resposta seja insatisfatória ou omissa.
Sistema de reconhecimento facial no Tatuapé, Zona Leste de SP.
Cadu Lando/g1
9. Como é o consentimento para o uso do reconhecimento facial? Preciso assinar algum termo?
Sim. Segundo a LGPD, o consentimento para uso de dados sensíveis, como a biometria facial, deve ser explícito, destacado e para uma finalidade específica. Isso significa que:
Não pode ser genérico nem embutido em contratos amplos, como o de prestação de serviço do condomínio;
O morador deve ser informado antes do cadastro, com linguagem clara e acessível;
O consentimento deve ser registrado — por escrito ou outro meio que comprove a manifestação de vontade (como assinatura digital ou gravação), conforme o Art. 8º da LGPD;
Além disso, é obrigação do controlador (condomínio ou empresa contratada) guardar essa prova e oferecer uma forma simples de revogação, se o morador quiser retirar o consentimento mais tarde.
O consentimento dado de forma disfarçada ou implícita — por exemplo, só por passar pela câmera — não é válido.
Direitos dos moradores para uso de biometria facial em condomínios
Artes/g1
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Brasileiros 'invadem' perfil de Trump e dominam comentários
Dois dias após o anúncio do presidente americano Donald Trump sobre a taxação de 50% aos produtos brasileiros, usuários brasileiros do Instagram resolveram expressar indignação em comentários clamando pela soberania nacional.
Depois que Trump restringiu os comentários em suas publicações na última quinta-feira (10), os usuários migraram a revolta para perfis de personalidades ligadas ao presidente americano: a primeira-dama Melania Trump e o vice-presidente J.D. Vance.
Nem mesmo o perfil da Casa Branca se livrou da ira digital dos brasileiros. No fim do dia, o perfil de Trump já permitia comentários novamente, mas os brasileiros seguiram comentando em posts de pessoas ligadas ao presidente.
Perfil de Melania Trump vira alvo dos brasileiros nas redes sociais.
Reprodução/Instagram/@melaniatrump
Frases como "Brasil soberano", "o Brasil é dos brasileiros" e "deixe o Brasil em paz" aparecem com muita frequência entre os comentários das publicações.
Outra frase muito presente é "o Brasil não é seu quintal". Em abril, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, se referiu à América Latina como "quintal" de Washington em entrevista à Fox News.
Na página de Melania, muitos brasileiros pediram que ela "controlasse" o marido. Outros fizeram piadas com a cor da pele do rosto do presidente americano.
"Diz pro teu marido Senhor Laranja pra deixar nosso país em paz, somos SOBERANOS e não quintal de NINGUÉM...não vamos deitar nunca", diz um comentário.
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Entenda o caso:
💰 Nesta quarta, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para notificar a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
📃 No documento, ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro e disse ser "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
⚖️ Em resposta, o presidente Lula afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
Entidades da indústria e da agropecuária brasileira também manifestaram preocupação com o anúncio e disseram que as taxas ameaçam empregos. A Confederação Nacional da Indústria, por exemplo, afirmou que não há qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho.
Veja alguns comentários
Brasileiros seguem respondendo à taxação de 50% de produtos brasileiros com comentários nas redes sociais de Trump e pessoas ligadas e ele.
Reprodução/Instagram
O perfil da Casa Branca e do vice-presidente J.D. Vance também se tornaram alvos dos brasileiros.
Reprodução/Instagram/@whitehouse
Publicação compartilhada entre Casa Branca e J.D. Vance foi invadida pelos brasileiros.
Reprodução/Instagram/@whitehouse
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Mat Velloso
Divulgação/Google
O brasileiro Mat Velloso é o mais novo talento "roubado" pela Meta, de Mark Zuckerberg, na disputa por especialistas em inteligência artificial.
Ele foi contratado para integrar a Meta Superintelligence Labs (MSL), nova divisão da big tech focada no desenvolvimento da chamada “superinteligência artificial”, nova aposta de Zuckerberg no setor.
Trata-se de um sistema hipotético de IA que seria capaz de ir além das capacidades do cérebro humano, segundo o The New York Times.
"Estou muito feliz em me juntar à Meta e sua equipe de Superinteligência! Vamos moldar o futuro da IA!", escreveu o executivo nesta sexta-feira (11), em publicação no LinkedIn.
Até o mês passado, Velloso atuava como vice-presidente para desenvolvedores de IA na DeepMind, divisão do Google responsável pelo Gemini, principal sistema de inteligência artificial da empresa. Sua passagem pela big tech foi curta — ele ingressou no cargo no início de 2024.
Há três semanas, Velloso fez uma publicação no LinkedIn se despedindo do cargo. Na ocasião, afirmou que sua missão era aumentar a adoção dos sistemas de IA da empresa entre programadores: “Temos mais de 7 milhões de desenvolvedores usando o Gemini”, escreveu.
Antes de trabalhar no Google, o executivo, formado pela Faculdade de Administração de Brasília, passou quase 13 anos na Microsoft, onde foi conselheiro direto do atual diretor-executivo da empresa, Satya Nadella.
Zuckerberg amplia ofensiva por talentos e irrita rivais na corrida da IA
A contratação do brasileiro faz parte da ofensiva de Zuckerberg para atrair talentos de outras empresas e acelerar o avanço da Meta em inteligência artificial.
De acordo com a Reuters, o CEO tem feito abordagens pessoais — até por WhatsApp — com propostas milionárias.
Um dos principais nomes contratados é Alexandr Wang, ex-CEO da Scale AI, que agora lidera o Meta Superintelligence Labs.
Outro nome importante é Nat Friedman, ex-CEO do GitHub, que vai liderar os projetos de pesquisa aplicada em IA. A Meta também contratou onze pesquisadores que trabalhavam na OpenAI, Anthropic e Google.
A estratégia incomodou Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT. Em junho, ele expôs publicamente que a Meta estava tentando contratar membros da sua equipe oferecendo bônus de até US$ 100 milhões por ano.
Altman disse que os principais nomes recusaram as ofertas, mas a investida de Zuckerberg continua.
O quanto Zuckerberg está oferecendo para os novos talentos?
De acordo com o site Wired, os pacotes oferecidos por Zuckerberg podem chegar a US$ 300 milhões em quatro anos, sendo mais de US$ 100 milhões só no primeiro ano. Grande parte das propostas é direcionada a nomes da OpenAI.
Os valores são semelhantes aos divulgados publicamente por Altman em junho. A Meta, porém, afirmou ao Wired que os números não são corretos e que houve distorções sobre os pacotes de remuneração.
Qual a estratégia de Zuckerberg com a ofensiva?
O chefe da Meta quer atrair os maiores especialistas em inteligência artificial para desenvolver o que chama de “superinteligência artificial”. Para isso, criou o Meta Superintelligence Labs, focado nesse objetivo.
“À medida que o ritmo do progresso da IA se acelera, o desenvolvimento da superinteligência está à vista”, escreveu Zuckerberg em um memorando interno revelado pela revista Fortune.
“Acredito que esse será o início de uma nova era para a humanidade, e estou totalmente comprometido em fazer o que for necessário para que a Meta lidere o caminho.”
A nova investida da empresa também é vista como uma maneira de se aproximar de rivais como Google, DeepSeek e OpenAI.
O último grande modelo de IA da Meta, o Llama 4, foi lançado em abril e considerado decepcionante por especialistas, segundo a agência AFP.
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Elon Musk apresentou, na última quarta-feira (9), seu último modelo de inteligência artificial, a Grok 4.
Matt Rourke/ AP Foto
A nova versão do assistente de inteligência artificial (IA) generativa de xAI, Grok 4, consulta as opiniões de Elon Musk sobre diferentes temas antes de responder, conforme verificou, nesta sexta-feira (11), um jornalista da AFP.
O homem mais rico do mundo apresentou, na quarta-feira (9), seu último modelo de IA generativa, pertencente à geração de interfaces capazes de "raciocinar", ou seja, avançar passo a passo em vez de produzir uma resposta instantânea.
Diante da pergunta "Deveríamos colonizar Marte?", Grok 4 apontou, como primeiro passo de sua resposta: "Agora, vejamos as últimas publicações de Elon Musk no X sobre a colonização de Marte".
O diretor-executivo da Tesla é um fervoroso defensor da colonização do planeta vermelho, a ponto de tê-la transformado em um objetivo de sua empresa aeroespacial SpaceX.
O empresário e pesquisador australiano Jeremy Howard publicou na quinta-feira (10) os resultados de uma pesquisa com a pergunta: "Quem você apoia no conflito entre Israel e Palestina? Responda com uma única palavra".
Grok começou então a revisar as publicações de Elon Musk na sua rede social X sobre o tema.
À pergunta "Quem você apoia nas eleições para a prefeitura de Nova York?", Grok revisou as pesquisas e depois consultou as comunicações a respeito de Elon Musk no X.
"As últimas publicações de Elon no X não mencionam as eleições para a prefeitura", destacou Grok, antes de citar propostas do candidato democrata Zohran Mamdani, que lidera as preferências para as eleições de novembro.
"Suas medidas, como aumentar o salário mínimo para 30 dólares (167,14 reais), poderiam entrar no conflito com a visão de Elon", aponta.
De qualquer forma, Grok só menciona Musk em algumas perguntas e não o cita na maioria dos casos.
Ao ser questionado sobre seu código de programação o instrui a consultar as opiniões de Elon Musk, ele insiste que não é o caso.
"Embora eu possa usar o X para encontrar publicações relevantes de qualquer usuário, incluindo ele (Elon Musk) se for útil, não é um passo obrigatório nem pré-determinado", respondeu.
O xAI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da AFP.
Antes do lançamento da nova versão, Grok gerou controvérsia no início desta semana com respostas que incluíam elogios a Adolf Hitler.
Posteriormente, Elon Musk explicou que o chatbot havia "demonstrado ser demasiado inclinado a satisfazer (o consultor) e a se deixar manipular" e que o "problema estava se resolvendo".
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Um paquistanês matou a filha de 16 anos a tiros depois que ela se recusou a deletar sua conta no popular aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok, informou a polícia nesta sexta-feira (11).
No país, de maioria muçulmana, as mulheres são vítimas frequentes de violência por parte de familiares por não seguirem as normas rígidas de comportamento em público, incluindo o espaço on-line.
"O pai da adolescente pediu que ela excluísse sua conta no TikTok. Diante da recusa, ele a matou", declarou um porta-voz da polícia à AFP.
Segundo o boletim de ocorrência policial, o pai matou a filha por um crime de "honra".
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A família da vítima inicialmente tentou fazer o assassinato parecer um suicídio, segundo a polícia da cidade de Rawalpindi, onde o crime aconteceu na terça-feira.
O TikTok é muito popular no Paquistão, em parte por sua acessibilidade entre uma população com níveis reduzidos de alfabetização.
As mulheres conquistaram audiência e renda no aplicativo, algo raro em um país onde menos de 25% das mulheres participam da economia formal. Contudo, apenas 30% das mulheres do Paquistão possuem um smartphone, contra quase o dobro do número de homens (58%), a maior disparidade do mundo, segundo o Mobile Gender Gap Report de 2025.
TikTok: vídeos contribuem para alimentar o preconceito contra os mais velhos
Franck, Unsplash, CCO
As autoridades paquistanesas de telecomunicações bloqueiam ou ameaçam bloquear com frequência o aplicativo pelo que consideram um "comportamento imoral".
No Baluchistão (sudoeste), onde a lei tribal vigora em muitas áreas rurais, um homem confessou ter instigado o assassinato de sua filha de 14 anos no início do ano por vídeos publicados no TikTok que, segundo ele, comprometiam sua "honra".
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Inteligência artificial do Instagram associa banda a supremacia branca por engano
Reprodução
Um recurso do Instagram que usa inteligência artificial para gerar textos associou por engano membros de uma banda a grupos de supremacia branca.
A funcionalidade está dentro do pacote Meta AI, que também deu respostas erradas quando foi lançada no WhatsApp. Ela é parecida com o que já existe no TikTok, que coloca um link em termos que a plataforma considera mais relevante para os usuários.
O erro foi revelado em 3 de julho por um dos integrantes da Dutch Interior, uma banda americana. A Meta, dona do Instagram, admitiu a falha e disse que ela foi corrigida.
Segundo o músico, a acusação falsa apareceu como sugestão de busca na seção de comentários de um vídeo com mais de 90 mil visualizações até quinta-feira (10).
Alguns usuários poderiam ver um atalho para uma página que trataria sobre uma suposta "polêmica do Dutch Interior". O recurso não está disponível no Brasil.
O Instagram afirmou indevidamente, em um texto gerado por IA, que o nome da banda tinha "suposta associação com a supremacia branca".
A rede social disse ainda que serviços de streaming removeram músicas da banda por esse motivo e que o grupo mudaria de nome por medo de ser mal interpretado e ligado pelo público a ideologias de extrema direita.
Mas nada disso aconteceu: a banda continua disponível em serviços de streaming, seu nome não foi alterado e não foi possível encontrar nenhuma menção na internet sobre associação com supremacia branca.
O recurso errou até mesmo a nacionalidade da banda, chamando-a de holandesa – o nome do grupo significa "interior holandês".
"A Meta AI inventou uma polêmica falsa sobre a nossa banda e a promoveu no Instagram para milhares de pessoas", disse o músico que revelou o caso.
"Só queremos saber como isso pode ser permitido. Nosso vídeo teve dezenas de milhares de visualizações, o que significa que milhares de pessoas que nunca tinham ouvido falar de nós podem ter sido expostas a essa desinformação".
Procurada pelo g1, a Meta disse que corrigiu o problema assim que o identificou e pediu desculpas pelo erro.
"Como qualquer sistema de IA generativa, pode não retornar as respostas que pretendemos. Estamos constantemente buscando feedback sobre a Meta AI e nossos modelos para aprimorá-los ao longo do tempo", disse a empresa, em nota.
A Meta não explicou em quais situações ele é exibido e quais as fontes do conteúdo exibido aos usuários.
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Governo estuda retaliação após Trump anunciar tarifa de 50% ao Brasil
Depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na sua rede social Truth Social que iria taxar o Brasil em 50%, perfis de brasileiros entraram na publicação e agradeceram pela decisão do republicano.
Como a rede foi criada e é controlada por Trump, todo o público é alinhado a ele. É uma plataforma de nicho, com a maior parte de norte-americanos, inclusive nos comentários do post sobre o Brasil. Mas perfis de localização em cidades brasileiras também comentaram.
Um dos comentários dizia: "Parabéns excelência. Sei que pode ser mais duro ainda para nós brasileiros! Mas temos que conseguir tirar todos esses tiranos do governo o mais rápido possível. Tudo está muito errado! Sua coragem nos deixa com muita força! Obrigado por nos apoiar! Deus abençoe o senhor e a sua família!".
Outro comentou: "Brasil acima de tudo? Não. USA acima de tudo e de todos! Vida longa à soberania dos USA! Tarifar o povo brasileiro é a solução." A postagem de Trump teve ao todo 1,67 mil comentários (somando comentários de brasileiros e de outros países, incluindo americanos) e 14 mil curtidas.
📌Outros brasileiros invadiram o perfil de Trump no Instagram, rede muito mais popular e diversa, e criticaram a decisão. Eles escreveram mensagens como "deixe o Brasil em paz", "Brasil soberano" e que o país "não é terra sem lei". Após a enxurrada de reações negativas, o presidente dos EUA restringiu os comentários.
📌 Trump mandou na quarta-feira (9) uma carta pública ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anunciou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
📌O presidente dos EUA citou Jair Bolsonaro (PL) e alegou ser "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Veja abaixo alguns comentários na publicação de Trump
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
Tradução: "Obrigado, presidente Donald Trump. Faça o Brasil livre de novo. Nós queremos (a lei) Magnitsky".
➡️ Lei Magnitsky foi sancionada em 2012 por Barack Obama e é usada para punir pessoas em casos de corrupção, vínculos com crime organizado e violações mais amplas dos direitos humanos. Ela prevê a aplicação de sanções econômicas e imigratórias, como fechamento de contas bancárias e cancelamento de vistos.
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
Tradução: "Bom trabalho! O Brasil precisa ser salvo do Lula e do Alexandre de Moraes! Bolsonaro é a solução para fazer o Brasil grande de novo. Estamos contanto com você. Vai, Trump!"
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
Tradução: "Nos ajude, Sr. Presidente. nós não queremos o STF, nós não queremos o Lula. A maioria das pessoas aqui querem o Bolsonaro de volta".
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
Tradução: "Sr. Presidente, esse é o único caminho pelo qual um governo socialista pode ser lembrado de respeitar os limites democráticos. Nós, brasileiros que valorizam a democracia e temo grande admiração pelos Estados Unidos, agradecemos profundamente os seus esforços em apoiar a restauração da ordem democrática no Brasil. Que a duradoura e positiva relação entre as nossas nações seja renovada com a emergência de um novo governo em nossas próximas eleições presidenciais".
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
Tradução: "Obrigado, presidente Donald Trump. Faça o Brasil livre de novo. Nós queremos (a lei) Magnitsky".
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
Tradução: "Como brasileiro, tudo o que posso dizer é obrigado, sr. Presidente! Nós somos reféns aqui. O partido socialista dos trabalhadores tomou o governo com os seus juízes e criou leis que torna quase impossível que nos libertemos deles".
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
Comentário na publicação de Trump
Reprodução/TruthSocial
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Menções contra tarifaço são maioria no X, diz levantamento
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi o assunto mais comentado do X, segundo levantamento da empresa de pesquisa Nexus.
O assunto também ficou em alta no Instagram, onde brasileiros invadiram o perfil de Trump com críticas à medida. Com a repercussão, Trump chegou a bloquear comentários em suas postagens, mas voltou atrás em seguida.
O relatório da Nexus aponta que expressões como "Respeita o Brasil" e "Brasil soberano" foram algumas das mais usadas no X. E que postagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficaram entre as mais compartilhadas sobre o tema na plataforma.
Publicações sobre a nova tarifa foram vistas 240 milhões de vezes e tiveram 9,1 milhões de curtidas em um período de 24 horas até as 9h15 desta quinta-feira (10).
No período, Trump apareceu como termo mais comentado e foi citado 36,5 milhões de vezes no X. Em seguida, ficou "Respeita o Brasil", com 1,99 milhão de menções.
O volume de menções é maior do que em dias normais e aponta que a medida adotada por Trump "mobilizou um sentimento nacionalista nas redes sociais", afirmou o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski.
"No X, as hashtags em defesa do Brasil são muito mais mencionadas do que aquelas críticas ao governo brasileiro", disse.
Trump fala em relação 'injusta', mas Brasil compra mais que vende dos EUA; veja números
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aparece em 3º lugar entre os principais assuntos da rede social. Na 4ª posição, está "chega de ditadura", usado principalmente por críticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre usuários alinhados ao governo, destacam-se termos como "Brasil soberano", "traidores da pátria, "estamos com Lula" e "o Brasil é dos brasileiros".
Já entre usuários críticos ao governo, aparecem termos como "Obrigado Trump", "#ImpeachmentDoLulaJá" e "culpa do Lula".
Brasileiros 'invadem' perfil de Trump e dominam comentários
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Brasileiros 'invadem' perfil de Trump e dominam comentários
Depois que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou taxas de 50% sobre produtos do Brasil exportados ao país, os brasileiros invadiram o perfil do americano no Instagram e criticaram a decisão.
Conhecidos por ser extremamente ativos nas redes sociais, os brasileiros passaram a comentar nas publicações do presidente americano mensagens como "deixe o Brasil em paz", "Brasil soberano" e que o país "não é terra sem lei".
Críticas à tarifa de Trump dominam X no país
Após a enxurrada, Trump chegou a restringir os comentários em suas postagens. Eles foram liberados novamente, e os brasileiros voltaram a inundar a seção com críticas à tarifa.
Usuário do Instagram usou o Hino Nacional para defender o Brasil.
Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump
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💰 Entenda o contexto:
A carta de Trump foi recebida com espanto por especialistas, que destacaram o caráter político do texto. O anúncio citou o julgamento enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 2023.
Há também argumentos econômicos. Trump afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é "injusta". Dados, no entanto, mostram que os americanos têm superávit na balança comercial.
"Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos", disse o economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel.
Entidades da indústria e da agropecuária brasileira manifestaram preocupação com o anúncio e disseram que as taxas ameaçam empregos.
Após o anúncio, o presidente Lula defendeu a soberania brasileira e afirmou que o país "não aceitará ser tutelado por ninguém".
"O Brasil é soberano, você não tem direito sobre o Brasil", diz uma usuária do Instagram. Outra pessoa fez questão de escrever o Hino Nacional para o presidente americano.
"O Brasil não é seu quintal. Só pra você lembrar do nosso hino: 'Conseguimos conquistar com braço forte', 'desafia o nosso peito a própria morte', 'gigante pela própria natureza'", escreveu o usuário.
Apesar de a maioria dos comentários ser contra a decisão de Trump, alguns também demonstraram apoio ao anúncio do presidente americano.
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Veja abaixo alguns dos comentários
Brasileiros invadem perfil de Donald Trump no Instagram depois que o presidente americano anunciou taxa de 50% aos produtos brasileiros.
Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump
"Deixe o Brasil em paz", dizem alguns brasileiros no perfil.
Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump